Yngwie Malmsteen é mágico de um único truque; e o truque já cansou

Ao entrar no universo rock n’ roll e heavy metal, a prevalência dos magníficos solos, licks e riffs de guitarra chamam a atenção. É algo emblemático, fascinante e mágico, já que são artifícios musicais capazes de gerar uma riqueza artística ímpar ao som e, decerto, inspirar e influenciar gerações a fio. Em resumo, é um oásis aos entusiastas das seis cordas, e grande parte do crème de la crème da guitarra atuam nos citados estilos.

Porém, há músicos que são claramente o baixo clero do instrumento, já que lograram uma fatia do público e mercado com pouca ou nenhuma inspiração, técnica, criatividade, ou seja, assentaram suas carreiras sem os elementos de esteio para formação de um playing consistente e cativante.

Temos a plena ciência que o cosmo da guitarra é amplo e aberto para que infinitas possibilidades sejam edificadas. Isto é, cada indivíduo apresenta sua arte da forma que considera pertinente e adequada. Contudo, a salvaguarda de curtir ou não o trabalho desse ou aquele artista ou banda é outorgado a todos.

Então, ao público mais emotivo e apaixonado que eventualmente lerá as linhas abaixo, não precisa ranger os dentes, espumar pela boca e chorar copiosamente, visto que se trata apenas de uma opinião – nada mais, nada menos. Dito isso, vamos fazer algumas considerações sobre um dos guitarristas que consideramos possuir poucos recursos técnicos, pois apresenta sempre o mesmo truque e resoluções musicais.

Yngwie Malmsteen, também conhecido com o sueco voador, tem uma criação melódica fluída e ágil. A velocidade é seu maior trunfo e ativo artístico. Mas como diz o milenar ditado: A César o que é de César, então é necessário ressaltar também que o guitarrista lança mão de um timbre autêntico, em poucas notas de uma audição é fácil perceber que se trata de Malmsteen, além disso, criativas progressões de acordes estão sob seu domínio.

No entanto, o quinhão afirmativo e frescor de sua arte para aí, uma vez que parece mágico de um único truque! Sistematicamente e sem pestanejar, Yngwie saca de sua cartola a escala menor harmônica e o famigerado e esgotado sweep picking na velocidade da luz. Depois de meia hora de audição, principalmente numa apresentação ao vivo, o clima tende para um estado de fadiga e monotonia. Um aceno para outros territórios do universo da guitarra seria benigno e revigorante a sua carreira.

Ademais, o desleixo e displicência com suas apresentações ao vivo já passaram da linha tênue do aceitável. Há anos, quiçá décadas, o músico tem nivelado seus shows a um triste nível rasteiro, onde é nítida sua má vontade de estar no palco apresentando sua música aos fãs. A ideia que paira no ar é que só está ali pelo cachê, o que é muito importante, obviamente, todavia, não pode ser a única motivação para se fazer um trabalho; especialmente um trabalho artístico.

Bem, nem vamos entrar no mérito de sua personalidade, pois seria leviano e deselegante fazê-lo sem sua presença para uma possível replica ou debate; posto isso, o foco é somente nas seis cordas. Assim sendo, Yngwie Malmsteen é um músico que sempre recebeu mais louvor do que realmente merece. Arpejos e sweet picking são sempre os mesmos truques que saem de sua cartola; e isso já cansou.

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