Ser um crítico e ter como tarefa avaliar, profissionalmente, arte, seja qual for sua manifestação, é algo que exige acuracidade cirúrgica na composição da avaliação e, consequentemente, na escolha do teor dos predicados que servirão como a exaltação ou depreciação de tal manifestação artística.
Dito isso e com total exatidão na afirmação, o predicado que melhor define e traz à essência da apresentação da banda holandesa, Within Temptation, no último sábado na capital fluminense, atende por sublime.
Para muitos pode se valer de uma afirmação com a fragilidade de cristal e efêmera como muitas das notícias do dia a dia, mas o predicado recai como uma luva para a arte apresentada pela carismática e bela Sharon den Adel e seus asseclas – Ruud Jolie (guitarra); Stefan Helleblad (guitarra); Martijn Spierenburg (teclado); Jeroen van Veen (baixo) e Mike Coolen (bateria) – em noite de tenda cheia no Circo Voador.
Divulgando seu mais recente álbum de estúdio, Hydra (2014), a banda mostrou o supra-sumo do velho Within Temptation com canções de sotaque operísticos e o novo onde a linguagem ganha fortes contornos de música pop.
Com uma performance de dar inveja a muitos colegas de trabalho, os holandeses desfilaram temas como Faster; Let Us Burn; Stand My Ground; Mother Earth; Ice Queen; The Promisse; Summertime Sadness (cover de Lana Del Rey); Hand of Sorrow; Sinéad (em formato acústico) e What Have You Done, recebendo merecida adulação do animado público carioca.
Within Temptation é uma banda que conquista o público em habitat natural: o palco. As canções se alinham como num sincronismo quântico; a energia da performance de cada integrante traz o nível emoção que cada música necessita e o espetáculo vocal proporcionado pela vocalista, Sharon den Adel, impressiona e faz crer que talento não está à venda em toda e qualquer esquina.
Nessa segunda passagem por terras cariocas, a banda trouxe, mais uma vez, um grande espetáculo, e para aqueles que são reticentes quanto ao poderia sonoro dos holandeses só lhes resta o lamento, visto que um show do Whitin Temptation é em uma palavra: sublime.
Escrito por: Marcelo Prudente