O começo dos anos 2000 foi um momento de muita expectativa e apreensão em todos os cantos do nosso querido planeta; seja pelo temido bug do milênio, que jamais aconteceu, é claro; ou sejam pelas mudanças tecnológicas, sociais e culturais; o fato é que deu uma mexida nos ânimos e despertou muita gente que estava adormecida como é o caso do líder do Whitesnake, David Coverdale, que já tinha colocado as barbas de molho e estava curtindo a vida de aposentado.
Imbuído pelos novos ares do milênio novinho em folha, Coverdale resolveu ressuscitar sua banda e cair na estrada para mostrar à garotada o poderio sonoro dos veteranos do rock n’ roll. Esperto como poucos, David montou uma formação bem azeitada com Doug Aldrich (guitarra – ex-Dio), Reb Beach (guitarra – Winger, ex-Alice Cooper), Marco Mendoza (baixo – ex-Blue Murder, ex-Thin Lizzy), Tommy Aldridge (bateria – ex-Ozzy Osbourne) e Timothy Drury (teclado) e, em pouco tempo, a agenda já estava lotada, com shows esgotados nos Estados Unidos, Japão e Europa.
O sucesso das turnês despertou o interesse das gravadoras, o Whitesnake acabou fechando acordo com a Steamhammer/SPV para o lançamento de um novo trabalho de estúdio, o décimo de sua carreira. Para o disco, no entanto, algumas mudanças no lineup aconteceram com a entrada do baixista Uriah Duffy e do baterista Chris Frazier.
Lançado em abril de 2008, Good To Be Bad provou que Coverdale ainda tinha as manhas de compor um álbum de hard rock forte e eletrizante. Dito isso, enumeramos 5 razões que tornam Good To Be Bad um dos melhores álbuns da carreira de David Coverdale.
1. Dream team guitarrístico
Astuto, Coverdale se certificou de estar acompanhado de alguns dos melhores instrumentistas do mercado, com isso, as guitarras ficaram na responsabilidade de Doug Aldrich e Reb Beach. Na época, os músicos já tinham uma grande milhagem no mercado musical, então, adentrar num estúdio e entregar um trabalho caprichado não era problema.
2. Hard rock mode on
O mercado estava carente de bons álbuns de hard rock! A maioria da turma das antigas, que ainda se esforçavam para estar na ativa, apenas se apresentavam ao vivo num esquema show apenas no final de semana, ou seja, sem trabalho inédito. E o pessoal que estava na ativa como os grupos suecos à la Hardcore Superstar, Crashdïet e Backyard Babies nunca deram conta do recado de forma integral. Então, Good To Be Bad veio suprir essa lacuna do mercado.
3. Refrãos grudentos
O refrão é um dos pontos mais altos das canções, é o momento da catarse emotiva e, claro, a coroação da música. Em sons como Best Years, Can You Hear the Wind Blow, Lay Down Your Love e a faixa-título, os refrãos foram cirurgicamente compostos e ofertam ao ouvinte momentos animadores.
4. Baladas
Fazer um álbum de hard rock sem baladas deveria ser um crime inafiançável! Ainda bem que Good To Be Bad não comete este crime capital, pois conta All I Want All I Need e Summer Rain. Faça um clima romântico para o “mozão” ao som das canções… Funciona muito bem!
5. Produção & Arranjo
David Coverdale, Doug Aldrich e Michael McIntyre foram certeiros no processo de produção do disco. Cada instrumento soa de forma cristalina e robusta, o que transforma o processo de audição muito prazeroso. Os arranjos também merecem destaque, pois as linhas de guitarra, por exemplo, ganharam um sentimento e abordagens quase vocais, sendo assim, completaram o trabalho de David e, claro, facilitaram um bocado seu trabalho no estúdio.