Walter Becker, Cofundador Do Steely Dan, Morre Aos 67 Anos

Walter Becker, o guitarrista, baixista e cofundador da banda Steely Dan, que foi incluída no Hall da Fama do Rock, morreu no último domingo, 3, aos 67 anos. O site oficial de Becker anunciou a morte; não foram divulgados a causa da morte ou outros detalhes.

“Walter Becker era meu amigo, meu parceiro de escrita e colega de banda desde que nos conhecemos quando estudávamos na Bard College em 1967”, Donald Fagen escreveu em um tributo a Becker. “Ele era inteligente como um chicote, um guitarrista excelente e ótimo compositor. Ele era cínico sobre a natureza humana, incluindo a dele própria, e era histericamente engraçado.”

Becker perdeu uma série de shows do Steely Dan em julho enquanto se recuperava de uma doença não especificada. “Walter está se recuperando de um procedimento e deve ficar bem em breve”, Fagen disse à Billboard na época. O médico de Becker recomendou que o guitarrista não deixasse a casa dele em Maui, no Havaí, para as performances.

Becker e Fagen se tornaram parceiros quando eles eram estudantes na Bard College, em Nova York. Após trabalharem como compositores e integrantes da banda de apoio de Jay & The Americans, o duo se mudou para Califórnia no início dos anos 1970 para formar o Steely Dan, cujo nome foi inspirado em um brinquedo sexual do romance Naked Lunch, de William S. Burroughs, ao lado dos guitarristas Jeff “Skunk” Baxter e Denny Dias, baterista Jim Hodder e vocalista David Palmer.

Após o lançamento do debute Can’t Buy a Thrill em 1972, Palmer deixaria o grupo; apesar do Steely Dan ter tido várias mudanças nos integrantes, Becker e Fagen continuaram como o núcleo que mantia a banda. Steely Dan deixou sua marca na música com uma série de álbuns imaculados e sofisticados com letras calculadas e literárias que caminhavam entre o jazz, pop, rock e soul.

“Não estou interessado em uma fusão de rock/jazz”, Becker disse à Rolling Stone EUA em 1974. “Esse tipo de casamento só apareceu até agora com resultados ponderosos. Nós tocamos rock and roll, mas balançamos enquanto tocamos. Queremos aquele fluxo constante, aquela leveza, aquele ímpeto do jazz.”

Ele acrescentou: “Eu aprendi música com um livro de teoria sobre o piano. Eu estava apenas interessado em saber sobre os acordes. De ali em diante, e com o Dicionário de Música da Harvard, eu aprendi tudo que eu queria saber.”

https://youtu.be/ea3Bofkmwlc

Com Becker no baixo, Can’t Buy a Thrill produziu os hits Reelin’ in the Years, Dirty Work e Do It Again. Countdown to Ecstasy deu sequência em 1973 com Fagen nos vocais. Após Pretzel Logic, de 1974, que rendeu à banda o maior sucesso da carreira, Rikki Don’t Lose That Number. A banda enfrentou um transtorno com a saída dos músicos de turnê Dias, Baxter e Hodder. “Foi injusto de nossa parte passar oito meses escrevendo e gravando enquanto Jeffrey Baxter e os outros no grupo queriam entrar em turnê”, Becker disse à Rolling Stone EUA em 1977. “Nós não estávamos ganhamos muito dinheiro e todo mundo queria sair e fazer shows. Nós não. Foi isso.”

Para o disco de 1975 Katy Lied e a obra-prima Aja, de 1977, o Steely Dan contou com uma configuração de supergrupo, com contribuições de Michael McDonald, Timothy B. Schmit, do Eagles, baterista Jim Keltner e o lendário saxofonista Wayne Shorter. Aja, um dos 500 Maiores Discos de Todos os Tempos da Rolling Stone EUA, conta com clássicos como Peg, Deacon Blues e Aja.

Em 2001, o Steely Dan se tornou parte do Hall da Fama do Rock. “A tradição musical que o Steely Dan representa é certamente uma que é mais cerebral e intelectual, e bela também”, Moby disse no discurso de apresentação para o duo. “Apesar de eles sempre parecerem abordar a cultura popular com um certo senso de ironia e desgosto, eles claramente tem um apreço pela beleza e pela bela música.”

Mantendo o legado da banda de ir contra as convenções, Becker e Fagen utilizaram o discurso deles no Hall da Fama do Rock para responder perguntas do público.

Fonte: Rolling Stone

Deixe um comentário (mensagens ofensivas não serão aprovadas)