Durante entrevista à revista inglesa Metal Hammer, o criativo guitarrista Tom Morello (Rage Against The Machine, Audioslave, Prophets of Rage) recordou o racismo que sofreu na infância.
“A primeira experiência de racismo foi no parquinho, bem cedo. Eu sempre soube que era diferente. Havia racismo passivo-agressivo das outras crianças, que vinha da ignorância inocente”, contou Tom.
“Mas também havia coisas bastante cruéis como ouvir a palavra ‘n’ [não fica claro qual palavra Morello se refere – tudo indica que seja ‘nigga’, que é uma forma ofensiva de se referir as pessoas pretas].
Ouvir essa palavra não era incomum! Além disso, quando eu tinha 13 anos, uma forca foi colocada na garagem da minha família. Na época, nós morávamos em Libertyville, que era uma espécie de subúrbio bucólico e charmoso de Chicago, mas, mesmo assim, havia um medo real”, continuou.
“Eu me sentia ameaçado pelo racismo, visto que todos os dias havia a possibilidade de rolar o que hoje é conhecido como micro agressões e macro agressões”, explicou o artista. “A vida era dessa forma”, lamentou.
“As coisas ficavam piores conforme íamos ficando mais velhos, pois víamos muitos olhares desconfiados e falas veladas e diretas. Ninguém queria sair com um garoto preto, então, sempre rolava a desculpa de resfriado da menina que você chamou para sair”, completou Tom.
Apesar das muitas dificuldades, Morello estudou na Harvard University em Massachusetts; depois se mudou para Los Angeles e acabou formando o Rage Against The Machine.