Tímpanos em perigo: O quê punk torna Killers o álbum mais irritante do Iron Maiden

De repente, na segunda metade dos anos 70, surge uma banda cujas as influências sonoras iam de Jethro Tull ao Deep Purple, de Wishbone Ash ao UFO. Tais ingredientes são de primeiríssima procedência, portanto, o Iron Maiden acertou em cheio no pano de fundo de sua obra.

O primeiro disco, que é homônimo à banda, fora lançado em 1980 e traz, claro, muitos resquícios de suas fontes criativas. Além disso, os caras salpicaram tudo com generosas doses de punk rock; característica essencialmente imposta pelo vocalista Paul Di’Anno.

Apesar disso, e da produção minguada, o repertório do trabalho era forte e garantiu um começo de carreira com o pé direito.

Para o segundo passo de sua trajetória, a Donzela de Ferro precisou fazer algumas alterações salutares: saiu o mediano guitarrista Dennis Stratton, entrou o gênio Adrian Smith; outra mudança significativa fora no campo da produção, já que quem assumiu as rédeas da mesa de som fora o experiente e habilidoso Martin Birch (Deep Purple, Rainbow, Whitesnake, Black Sabbath).

Intitulado de Killers, o segundo ato da carreira do Maiden começa ostentando muito vigor metal, com a instrumental The Ides of March – conheça a inspiração da faixa aqui -, depois vem a poderosa Wrathchild, que eleva ainda mais a temperatura do álbum.

Depois disso, o bolachão mergulha em uma desastrosa e profunda incursão pelas vielas sujas e despojadas do punk rock. Steve Harris e seus camaradas não cometeram o sacrilégio de criar uma obra musical genuinamente voltada ao punk, não é a matéria-prima do álbum; no entanto, a fina camada de tal estilo, que cisma pairar por quase todas as faixas, é o suficiente para deixar o disco atolado até o pescoço de uma irritante vibração à la The Damned e Buzzcocks.

Como dito, Killers não fica encastelado na trip punk rock, com produção meia boca, com arte de capa feita no improviso e de forma desleixada – muito pelo contrário, a capa é incrível -, com performances beirando o amadorismo e com canções que não duram um reclame de margarina na TV. Mas, mesmo assim, o quê punk torna Killers o álbum mais irritante do Iron Maiden, na opinião desse que vos fala.

Graças aos deuses do rock e metal, a veia de tal gênero foi completamente extinta a partir dos álbuns sequentes e o Iron Maiden pôde chegar ao topo sem nenhum resquício de punk rock em sua arte.

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