A capacidade de transpor os obstáculos e reveses e alterar trajetória, além, lógico, dos imprescindíveis predicados como talento, inteligência e perspicácia, são atributos determinantes para que uma carreira musical vingue, tome corpo e floresça em seu esplendor. E fora de tal forma que a cantora finlandesa, Tarja Turunen, edificou sua bem-sucedida carreira que já passa das duas décadas de atividade e contabiliza dez álbuns solo entre material de estúdio e ao vivo. Além, claro, de sua discografia com o Nightwish, que se somam mais cinco registros de estúdio.
E foi por esse legado de proporções hercúleo e, claro, por sua barulhenta base de fãs, que a cantora trouxe ao Brasil sua nova turnê: Act II Release Shows. E lógico que a capital fluminense estava no itinerário e foi a primeira cidade a receber de braços abertos e com muito carinho, diga-se, a cantora finlandesa. Como se não bastasse, os cariocas ainda tiveram a regalia de curtir, pela primeira vez, o ótimo show da Soulspell.
Com um repertório formado por canções de discos como A Legacy Of Honor (2008), Labyrinth Of Truths (2010), Hollow’s Gathering (2012) e The Second Big Bang (2017), o audacioso grupo brasileiro mostrou o porquê de conquistar fãs por aonde sua metal opera chegue, já que qualidade técnica e canções marcantes estão em seu DNA, o que fora percebido pela animada plateia.
Se agitação e euforia estavam presentes para o grupo brazuca, os níveis de entusiasmo e excitação dos fãs cariocas passaram da atmosfera terrestre quando a musa finlandesa começou seu show com a pesada No Bitter End. Já dentro do universo Tarja, o público gravitou pelas linhas melódicas de 500 Letters e pelo avassalador e potente riff de Demons in You.
É impossível passar incólume à simpatia, beleza e talento da cantora, já que tais atributos encantam e fascinam seus fiéis e barulhentos fãs. Fato é que um simples gesto da finlandesa gera no público uma reação devastadora, algo como uma massa sonora de proporção colossal capaz de provocar atividade sísmica. E de certo que a Escala Richter apontou agravamento e efeito sismos no Circo Voador com o medley de Tutankhamen/Ever Dream /The Riddler /Slaying the Dreamer, do Nightwish.
Tarja tem experiência e sabe o que fazer para edificar uma boa apresentação, com isso, não é surpresa que músicos do calibre de Alex Scholpp (guitarra); Kevin Chow (baixo); Timm Schreiner (bateria); Max Lilja (violoncelo) e Christian Kretschmar (teclado) estejam lado a lado da vocalista na turnê Act II Release Shows.
No novo repertório contemplou uma grata surpresa: o cover de Lanterna dos Afogados, do grupo Os Paralamas do Sucesso, em formato acústico. Com direito a uma cola da letra numa folha de papel, a versão foi num português para lá de satisfatório, o que arrancou aplausos e elogios de seus seguidores. Além disto, temas como Innocence; Supremacy, cover da banda britânica Muse; Diva; Die Alive e Until My Last Breath foram unânimes para que a noite de sábado (25) tomassem contorno de inesquecível para seus fãs cariocas.
Em pouco mais de noventa minutos, Tarja trouxe aos seus fãs cariocas, além de sua incontestável simpatia e privilegiado vozeirão, um show marcante e empolgante. A musa finlandesa brilhou do primeiro ao último acorde da noite, e no que depender do público do último sábado o convite para uma nova festa da musa finlandesa está mais do que feito.
