Encerrada a primeira edição do Summer Breeze Brasil, é hora de se fazer um balanço do festival, dividido em três tópicos: a estrutura principal, o serviço oferecido e o evento em si (shows).
A ESTRUTURA
O Memorial da América Latina, em São Paulo, possui excelente localização central e conta com uma estação de metrô bem ao lado. Havia áreas com sombra e, ainda melhor, áreas fechadas com ar condicionado, servindo de refúgio perfeito para um dia de sol escaldante. Os dois palcos principais (Hot Stage e Ice Stage) intercalavam shows a cada cinco minutos e localizavam-se na mesma praça, lado a lado, como deve ser: bastava virar a cabeça, e o espectador já estaria presente no show seguinte.
O palco secundário (Sun Stage) foi montado na outra praça do Memorial, separada por uma passarela: longe o suficiente para que uma praça não atrapalhe a outra, mas perto o suficiente para que o público transite em menos de cinco minutos.
Com shows simultâneos nas duas praças, o público estava sempre dividido, o que contribui – e muito – para melhorar a experiência e evitar aquela aglomeração que beira o ridículo, à qual estamos tão acostumados, em que todo o espaço do festival vira uma única lata de sardinhas espremidas.
Como ponto negativo, pode-se apontar apenas que a tal passarela é íngreme, um verdadeiro teste físico, e se encontra suspensa sobre uma avenida, o que pode representar um risco de acidentes.
No balanço final: excelente.
O SERVIÇO
Atrações de interesse completavam a experiência do festival: feira geek, filmes de terror, tatuagens, artigos medievais, instrumentos musicais, lojinhas. O espaço gastronômico oferecia comidas alemãs e várias outras opções de qualidade, sem filas imensas ou preços exorbitantes (para um festival) e com a possibilidade de se acompanhar o que acontecia no palco Sun, devido à proximidade. O sistema de pagamento cashless, a segurança do evento e a distribuição das bebidas funcionaram sem problemas.
Como pontos negativos, os banheiros carecem de uma equipe de limpeza integral. A mecânica de venda do ingresso premium (Summer Lounge) deve ser revista, para não confundir o público. A oferta gratuita de água é uma iniciativa louvável, ainda não muito comum nos festivais brasileiros, mas precisa de expansão, mais eficiência e mais informação.
E principalmente, é necessário que os grandes produtores brasileiros trabalhem com cooperação e alinhamento, a fim de evitar que haja eventos tão relevantes em datas tão próximas, já que o Monsters of Rock ocorreu uma semana antes do Summer Breeze. Considerando a realidade econômica do país, esse conflito de datas é prejudicial para todas as partes, especialmente para o público.
No balanço final: bom, com algumas oportunidades de melhoria.
O EVENTO
Por fim, a razão pela qual cada cidadão gastou seu suado dinheirinho e saiu de casa nesse fim de semana: os shows. (OBS: esta resenha tem um propósito de análise crítica sobre o evento. Para saber mais sobre cada um dos shows, veja nossas resenhas aqui e aqui).
E nesse ponto, o Summer Breeze foi brilhante! Um evento memorável, com shows espetaculares, qualidade de som impecável (muito alto e bem definido), um lineup para todos os gostos e aquela atmosfera de um verdadeiro festival de heavy metal. A oportunidade de ver tais bandas sendo valorizadas como merecem e exercendo o protagonismo em grandes palcos, sem a presença dos velhos headliners de sempre do mainstream, é um deleite. A possibilidade de escolher entre shows simultâneos, garantindo que sempre haverá algo de interesse para ver, é outro deleite. Impossível sair do Summer Breeze insatisfeito.
Aqui, cabe também um contraponto a uma certa reportagem da mídia marrom (não especializada), que afirmara que o festival “traz um lineup confuso e não possui uma identidade clara”, aparentemente por não apostar em um único subgênero de bandas semelhantes. Essa infeliz tentativa de análise só demonstra, para surpresa total de zero pessoas, o parco conhecimento da referida mídia sobre o cenário global do heavy metal. A identidade do Summer Breeze é ser um festival de metal, e é exatamente assim que os festivais de metal são. Wacken, Hellfest, Graspop, Download, Sweden Rock, Tuska, Bloodstock, Metaldays, ou qualquer outro de relevância.
Querer sugerir ao Summer Breeze que mude para pior, ou seja, que se adeque ao padrão brasileiro de cinco bandas por dia, headliners repetidos e esse besteirol “temático”, significa ignorar completamente a essência do evento, bem como de qualquer festival de metal de verdade. O Brasil precisa do Summer Breeze. E que se vá além: ao trazer o know-how de uma marca já consagrada no modelo europeu, o Summer Breeze acaba de estabelecer o novo benchmark para festivais de heavy metal no país. É o modelo a ser seguido.
No balanço final: É O BRABO!!!
Análise muito boa, inicialmente, parabéns! Estive presente apenas no domingo, mas concordo completamente com sua análise. Existe apenas um ponto que apenas recentemente comecei a lidar com ele, porém seria muito importante de se incluir na análise, a questão da acessibilidade. Deixou muito a desejar, e poderia ser melhorada de forma fácil. Caso seja um ponto de interesse, fico disponível por email para conversar sobre.
Bom dia Jovens? Infelizmente entendo q todas as Bandas são pagas em dólar
Muitos Não foram por situações financeira do nosso País
Más fico muito feliz em ter festivais desse a cada 6 meses no nosso País
E os meses são perfeitos para Abril e Outubro
Alex de Hortolândia SP