O líder e baixista do Iron Maiden, Steve Harris, concedeu entrevista para o site chileno, La Tercera, e falou sobre a nova turnê da banda e o retorno ao Chile.
“É um prazer para mim voltar a tocar no Chile. Desta vez, teremos músicas novas, um novo setlist; Então todos irão gostar, mas obviamente é muito difícil manter o mistério, pois as pessoas querem ver e ouvir o material ao vivo. Acho que, quando conferirem o que preparamos, irão gostar do espetáculo, ” diz o músico.
Mas o instrumentista não falou apenas sobre música. Se há algo que o aproxima do Chile é seu amor pelo futebol e admiração por Alexis Sánchez, jogador do Arsenal de Londres: “Minha relação com o público chileno é fantástica, mas acho que o futebol também ajuda (risos). Alexis Sánchez é, definitivamente, parte da conexão, pois, graças a ele, há muitos que assistem a Premier League e, sem dúvida, isso mostra o amor dos chilenos pelo futebol”.
Os últimos shows no Chile tiveram a presença de muitos jovens, incluindo famílias com crianças, você considera que o Iron Maiden renovou seu público?
Steve Harris: Acho que depende de onde você está. Na maioria dos países do mundo, recebemos jovens fãs o tempo todo. O Chile é um desses lugares, claro, se você analisar a América do Norte, sabemos que lá o nosso público é mais adulto, mas geralmente não encontramos um lugar onde o público será de jovens a adultos. E sim, vemos gerações de famílias que vão juntos, o que é incrível.
O novo álbum é um do mais ambiciosos de sua carreira. Por que decidiram fazer um álbum duplo?
Steve: Nós não decidimos gravar um álbum duplo em si. Só queríamos fazer um álbum, mas tinha tanto material e as músicas ficaram longas, que acabou sendo um álbum muito extenso, que mais tarde tornou-se duplo. Não foi nada planejado. Eu acho que tornou-se um pouco difícil escrever canções curtas nos dias de hoje, eu também acredito que há muitas canções por vir, então vamos fazer mais álbuns, enquanto podemos.
Quando vocês terminaram de gravar este álbum, Bruce Dickinson foi diagnosticado com câncer, o que o levou a fazer várias semanas de quimioterapia. Como essa experiência mudou a relação interna da banda?
Steve: Creio que isso fez com que a maioria apreciasse mais a vida, porque ela é única. Mas agora que estamos em turnê estamos muito felizes, pois há a possibilidade de fazermos mais shows, então é realmente fantástico o sentimento de voltar a tocar.
Como uma banda britânica, como vocês reagiram a morte de David Bowie? Houve algum impacto no Iron Maiden?
Steve: Bem, muitas pessoas morreram ultimamente, não apenas David Bowie, mas também Glenn Frey (The Eagles) e Chris Squire (Yes). Eu era um grande fã de Squire e foi muito triste tudo isso. Mas ao mesmo tempo, quanto mais velho você é, será mais provável que aconteça, então é a vida. É triste, mas é o que é.
E agora que vocês estão de volta, como tem sido o processo de pegar as músicas novas e reproduzi-las em na turnê?
Steve: É emocionante quando tocamos o material novo, mas também é um desafio, pois quando você toca músicas antigas, todos conhecem e é bem mais fácil, mas quando são músicas novas, sabemos que a reação não será tão forte quanto com as mais conhecidas. É sempre a mesma, mas é um bom desafio.
Este último álbum foi gravado no estúdio Guilherme Tell, na França, onde vocês também gravaram “Brave New World” de 2000, talvez um dos melhores dos últimos tempos. Vocês sentiram o mesmo espírito dessa vez?
Steve: Estávamos muito bem quando gravamos “Brave New World” e realmente foi uma boa experiência em Paris. Foi super agradável retornar a um estúdio onde sabíamos que poderíamos trabalhar bem e posso dizer que foi mais fácil do que em outros, pois já conhecíamos tudo.
Recentemente, o Iron Maiden anunciou o lançamento de seu segundo jogo, Legacy of The Beast. Qual foi a sua principal intenção por trás deste projeto?
Steve: Acho que vai ser muito interessante. Para ser honesto, eu não jogo muito videogame, mas o trabalho que eles fizeram é fantástico. Acho que os fãs de games irão gostar muito, mas a verdade é que não pratico muito. Os meus filhos sim, mas eu não.
Este 2016 são 41 anos de banda. Você acha que hoje, o Iron Maiden ainda é a banda mais importante do heavy metal?
Steve: Não sei, e acho que ninguém tem a resposta para isso. Acho que se eu tivesse a resposta para isso, teria o segredo, e iria vendê-lo (risos). Eu acho que nós temos tido muita sorte, nós estávamos assustados com a doença de Bruce, mas continuamos. Com todas as mortes recentes, é cada vez mais importante que possamos sair e tocar em todos os shows que pudermos. Eu acho que temos que aproveitar a vida e fazer o melhor que podemos com ela.
Quais são os planos que a banda para o restante do ano?
Steve: Bem, nós estaremos em turnê até o início de agosto, o que ocupará a maior parte do ano. Então, suponho que vamos nos afastar por um tempo. Isso da minha parte. Não sei o que o resto da banda irá fazer, mas eu provavelmente farei uma turnê com o British Lion (seu projeto paralelo) até o final do ano.
Com o reinado do Pop, Eletrônico e Hip Hop no circuito atual, você acha que o Rock ainda é uma grande força na música?
Steve: Sim, absolutamente. O público ainda mostra isso, sem dúvida. Há um monte de fãs querendo ouvir Rock e Heavy Metal, então acho que não há nenhum problema com isso.
Fonte: Iron Maiden 666