Com mais de 20 anos de carreira, os finlandeses do Sonata Arctica voltaram à Porto Alegre para sua terceira apresentação na capital gaúcha, dessa vez divulgando seu 9º álbum de estúdio, The Ninth Hour. O local escolhido, diferente para os fãs gaúchos tão acostumados ao Opinião e o Pepsi On Stage, foi o Teatro da Amrigs e se mostrou uma excelente escolha que acolheu confortavelmente os cerca de 450 fãs presentes. Às 21h05 as luzes se apagaram e começou a intro de We Are What We Are que encerrou com: “Vocês estão prontos para o show?”, seguido de uma contagem regressiva de cinco até um.
A banda entra no palco para executar a cadenciada Closer to an Animal, faixa de abertura do último álbum, The Ninth Hour, muito bem recebida pelo público que se mostrou familiar ao último lançamento. Tony então pergunta se estão todos preparados para celebrar a vida, anunciando outra nova, Life. Henrik Klingenberg toma a frente e faz a primeira comunicação com o público: “Boa noite meus amigos, espero que estejam prontos para uma grande noite, essa é The Wolves Die Young”. A faixa de abertura de Pariah’s Child foi muito bem recebida pelos presentes, a música tem tudo aquilo que se espera do Sonata Arctica. Tony já emenda a próxima dizendo “We’re In Black and White”, faixa de abertura de Unia, de 2007, sendo a primeira viagem ao passado do grupo. Durante a apresentação, o guitarrista, Elias Viljanen, chamou o público que correspondeu, erguendo os braços e cantando com a banda.
Tony Kakko tem a sua primeira fala com o público: “Porto Alegre, é maravilho ver vocês novamente. Nós vamos tocar uma lenta agora, essa uma grande oportunidade para vocês. Se estiverem com alguém é a hora, se não estiver, procure alguém ao seu redor, pergunte seu nome, quem sabe vocês podem ter uma grande vida juntos ou, pelo menos, ter alguém para dizer boa noite antes de ir embora”. Tony senta em um dos retornos na frente do palco e a banda começa os primeiros acordes, a suspeita se confirma e o grupo volta mais de 15 anos no tempo. Tallulah, do clássico álbum Silence, atinge a todos os presentes. Banda e público começam a bater palmas e acompanham Tony em cada frase e refrão, cantando a plenos pulmões cada palavra. Luzes se apagam e a banda é ovacionada! The Ninth Hour voltou a ser o tema do show quando os riffs da pesada e rápida Fairytale foram tocados, outra muito bem recebida pelo público.
Henrik volta ao microfone para anunciar FullMoon, um dos maiores clássicos da banda, presente em Eclíptica, álbum de estreia do grupo. “Porto Alegre, vocês conhecem essa, curtam com a gente”. Tony deixou as frases inicias para a plateia, que de imediato correspondeu. Rápida e com riffs potentes, a música é a que mais atingiu os presentes, os gritos de “Hey, Hey, Hey…” durante toda a faixa e a resposta no refrão provavelmente puderam ser ouvidas por toda a vizinhança.
Luzes apagadas novamente, hora de mais uma das novas, a ótima Among the Shooting Stars é mais uma que mistura peso e cadência, dando uma aliviada aos presentes. Mas o alívio durou pouco! O grupo se ausenta do palco e o playback de No More Silence é o prelúdio para outra viagem no tempo. O álbum Winterheart’s Guild é representado pela excelente e veloz Abandoned, Pleased, Brainwashed, Exploited, outro grande acerto no setlist.
Mais um playback acionado, esse com uma mensagem à humanidade, a intro fala sobre a preservação do meio ambiente, aumento populacional e questiona se não é hora de pensar em controle populacional, cuidados com o meio ambiente e de dar a chance de ele sobreviver. Os dedilhados mostram mais uma das novas, a última da apresentação. We Are What We Are tem uma boa mensagem, principalmente em seu refrão que mostra a fragilidade humana nesse sentido: “Poderíamos salvar o nosso mundo, mas nós somos o que somos, devemos amar nossa terra, mas nós somos o que somos. Ela cuida de nossos entes queridos, mas nós somos o que somos.” A faixa é lenta, emotiva e com grande interpretação no palco.
Elias Viljanen fica sozinho no palco, faz um pequeno solo e começa os dedilhados de The Power of One, mais uma de Silence. A intro no playback com: “My father’s land, my mother’s tongue/ Mislead me so shamelessly/ For many years I misbelieved/ The hatred is the path for me”, logo coloca o grupo todo no palco novamente. Essa é uma das mais longas e completas composições dos finlandeses com mais de 10 minutos e que ao vivo funcionou muito bem. Já em seu final, Tony e o público iam com os braços de um lado para o outro, enquanto os presentes cantavam: “No one was born to be a slave/ Seek the past and place the blam/ Tell me the color of the rain/ No one was born to be a master”. Tony ia agradecendo mais uma vez aos presentes e a recepção em Porto Alegre.
A banda chegava ao fim da primeira parte de seu show, mas os presentes queriam mais, e aos gritos de “Sonata, Sonata, Sonata…” os fãs vibraram quando viram Tony voltar ao palco, mas ele alegou que apenas havia esquecido sua bebida e já ia se retirando novamente para deleite do público.
Tony Kakko volta ao palco e fala com a plateia: “Vocês querem ouvir mais? Vocês querem ouvir muito mais? Antes de tocar mais uma, eu quero dizer obrigado! Muito, muito, obrigado por terem comprado ingressos para nos assistir. O que nos faz tocar música ao vivo são vocês e os ingressos que vocês compram. Para alguns, esse pode ser o primeiro show de metal, continuem fazendo isso, daqui 10 anos, queremos estar tocando e vendo outras bandas. Pessoas de verdade fazem música, comprando ingressos! É a melhor maneira de cada um de vocês manter viva a música ao vivo, muito obrigado”.
Os riffs pesados e velozes anunciavam mais uma volta ao passado: Misplaced, de Reckoning Night. Tony avisa: “Quero ver os pulsos no ar, hey hey, hey”. Todos os presentes respondem imediatamente. O álbum Stones Grow Her Name foi representado pela ótima I Have a Right, uma das que fora mais bem recebidas pela plateia com uma mensagem extremamente positiva, uma das melhores músicas da banda.
Antes de apresentar a última da noite, mais uma fala com os fãs: “Muito obrigado mais uma vez, vocês são fantásticos. Infelizmente, temos apenas mais uma música para hoje, vocês ainda vão querer mais?” A plateia responde que sim! “Isso quer dizer que precisaremos voltar. Nós viajamos ao redor do mundo, mas é sempre bom poder voltar as cidades, vocês mantêm a música viva em Porto Alegre, ok? Eu realmente não tenho mais o que acrescentar, essa é Don’t Say a Word”. Após a apresentação, a banda ainda brincou com a plateia, dividindo em três e falando sobre vodka e que é isso que todos precisamos, indo da sua esquerda para a direita e perguntando: “Tem algo que vocês precisam?” E todos respondem: “Vodka!”. Após perguntar aos três setores que ele dividiu, pede que todos gritem juntos, seguido de Vodka’s Song, encerrando de vez a apresentação de quase duas horas.
A terceira passagem do Sonata Arctica, em Porto Alegre, foi marcante para seus fãs com um bom setlist e bom tempo de apresentação. O grupo, que faz uma das maiores turnês que uma banda de metal já fez no Brasil, começou com o pé direito e sendo muito bem recebida no país.
Setlist:
We Are What We Are
Closer to an Animal
Life
The Wolves Die Young
In Black and White
Tallulah
Fairytale
FullMoon
Among the Shooting Stars
No More Silence
Abandoned, Pleased, Brainwashed, Exploited
We Are What We Are
The Power of One
Bis:
Misplaced
I Have a Right
Don’t Say a Word