A relação do black metal com eventos extremos não é algo novo, infelizmente. Diversos músicos e fãs do estilo já foram atrelados, acusados e sentenciados a prisão por crimes de intolerância religiosa e étnica e ataques a minorias como a comunidade LGBTQIAPN+.
Os casos que ganharam mais visibilidade ocorreram na Noruega, no começo da década de 1990, época em que igrejas católicas foram queimadas, homossexuais foram mortos e pessoas negras foram hostilizadas e espancadas por pessoas como o extremista Varg Vikernes, indivíduo que passou um bom tempo em cana por homicídio.
Tristemente, a situação vem piorando ao longo dos últimos anos. A ascensão da extrema-direita ao redor do mundo é um dos indicativos de tal grave situação, e o black metal tem sido uma das formas de expressar os inaceitáveis preconceitos.
De acordo com matéria feita pela revista eletrônica Fantástico, que vai ao ar pela Rede Globo, a ONG Stop Hate Brasil apurou que está havendo um aumento exponencial de bandas brasileiras de nazi black metal nas plataformas digitais.
Segundo o estudo feito pela organização não governamental, existem 125 bandas de nazi black metal ao redor do Brasil. A maioria dos grupos extremistas, que são conhecidos pela sigla NSBM (National Socialist Black Metal), são de São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro. Cerca de quinze anos atrás o número de conjuntos neste perfil era de quarenta e cinco.
A matéria apontou que as bandas extremistas promovem festas e cultos particulares, já que a própria cena heavy metal exclui os indivíduos que promovem comportamentos extremos e de cunho preconceituosos, como destacou o doutor em História Social, Wlisses James.
É uma pena que o metal seja mais uma vez retratado na mídia hegemônica de forma pejorativa. O estilo, como um todo, é agregador e não tolera ações e indivíduos extremistas.