Se firmar no mercado fonográfico é sem dúvida um grande desafio. Bem, as dificuldades se mostram caso o artista ou grupo tenha a intenção de se alicerçar com relevância artística; caso o foco esteja nos likes, selfies, dancinhas e caras e bocas, o tosco, malfeito e infame recaem como uma luva.
Entrar no jogo do show business não significa que os desafios de diferentes ordens que cismam se prostrarem no caminho de forma irredutível e intransigente vão desaparecer como passo de mágica ou inexistirem. O artista ou banda que tenha essa visão romântica que tudo são as mil maravilhas está pronta para cair nas muitas armadilhas do mercado musical.
Com isso, quem teve a oportunidade de se edificar artisticamente e não soube e ou não pôde gerenciar os próprios problemas e os muitos revezes mercadológicos que vão bater à porta sem pedir licença, raramente encontram uma segunda chance para colocar a cabeça para fora da água e vislumbrar uma carreira de sucesso.
No entanto, há exceções aqui e acolá, e um bom exemplo de uma banda que ressurgiu recentemente das cinzas é o Skid Row! Isso mesmo, os astros se alinharam e o mercúrio deixou de estar retrógrado ao grupo de hard rock de Nova Jérsei, e o motivo para chegada de ares mais leves e benfazejos fora a entrada do vocalista sueco Erik Grönwall.
Com a saída de Sebastian Bach, em meados da década de 1990, o Skid Row vinha colecionando derrocada em cima de derrocada. Álbuns com pouca ou nenhuma consistência musical, shows e performances desastrosas e toda sorte de descalabro assombraram o grupo nos últimos anos.
A tábua de salvação da banda saiu das terras geladas de Knivsta, na Suécia, com o carismático Grönwall! Na verdade, a salvação fora mutua, neste caso, pois Grönwall precisou deixar a banda H.E.A.T. para cuidar de sua saúde, em 2020. O músico fora diagnosticado com leucemia, com isso as suas atividades profissionais ficaram paralisadas por um bom tempo. Depois do transplante de medula, o músico voltou para a cena e, em pouco tempo, recebeu o convite para comandar o microfone do lendário grupo.
Sabiamente, a banda refez, por exemplo, as linhas vocais de seu mais recente álbum de estúdio The Gang’s All Here, já que se deu conta do tesouro musical que está em suas mãos. Já ao vivo, Erik vem provando show após show que é o substituto de Bach que o grupo sempre sonhou. O futuro do Skid Row parece, mais uma vez, promissor e próspero, é só mexer as peças no tabuleiro de forma madura e inteligente.