A sétima edição do Monsters of Rock Brasil aconteceu no último final de semana e veio recheado com algumas das maiores bandas do rock n’ roll e heavy metal. Seja representado pelo hard rock energético do KISS e Scorpions, pelas complexas estruturas do prog metal do Symphony X, pelas vielas sombrias e soturna do doom metal do Candlemass ou pela vibe alto astral do power metal do Helloween, o festival contabilizou sete apresentações e doze horas de muito som e, evidentemente, uma infinidade de riffs, solos, licks e frases de guitarra que deixaram as dezenas de milhares de fãs extasiados.
Em homenagem às bandas e público, vamos enumerar 7 guitarristas que passaram pelo palco do Monsters of Rock 2023 e mostraram uma desenvoltura técnica e performance acima da média.
Nota: Os vídeos são meramente ilustrativos.
Bill Hudson – Doro
O brasileiro, que toca há algum tempo com a Metal Queen, Doro Pesch, ostentou uma performance energética, frases ligeiras e um timbre cheio. É muito satisfatório ver que a guitarra brasileira tem se imposto como uma das principais forças do instrumento no concorrido mercado internacional. Torcemos para que o caminho trilhado por Bill seja percorrido por muitos outros músicos brasileiros.
Michael Romeo – Symphony X
O playing de Michael consegue o difícil equilíbrio entre emoção e técnica. A música do Symphony X não é uma mera moldura aos arpejos, sweep picking e tapping de Romeo! Muito pelo contrário, o instrumental do grupo é uma máquina muito bem azeitada onde a Caparison de Michael é uma ferramenta à disposição do todo. Fato claramente provado no set apresentado no Monsters of Rock Brasil 2023.
Fredrik Åkesson – Candlemass
O guitar hero do Opeth deu uma força aos amigos do Candlemass e exibiu toda a elegância de seu playing em uma apresentação calcada pela profundidade de seu timbre, visto que é um dos inúmeros atributos requisitados pelo som do Candlemass.
Cabe ressaltar que a banda de origem de Fredrik, a citada Opeth, percorre caminhos musicais distintos do Candlemass, pois se situa essencialmente no prog metal, em tempos atuais. Então, a versatilidade no playing de Åkesson é digna de elogios e o som vindo de sua PRS (Paul Reed Smith) parece ter sido encorpado e curtido em barril de carvalho, visto tamanho encorpamento e consistência.
Kai Hansen – Helloween
Poucas pessoas têm a oportunidade de ostentar o título de ser criador de um estilo musical. Bem, o guitarrista alemão Kai Hansen tem o pleno direito de gozar os louros de tal façanha, já que fora uma das pedras fundamentais para criação do power metal. A velocidade e precisão da rítmica de Kai é algo assombroso! E por falar em velocidade, frases rápidas com salto de cordas e tapping foram contempladas na incrível performance do guitar hero.
Simon McBride – Deep Purple
A oportunidade de job é a seguinte: Ocupar um cargo que fora forjado pelo genialidade de Ritchie Blackmore, e que recebeu também os cuidados técnicos de Steve Morse. Bem, por mais que as escalas, modos e afins estejam na ponta dos dedos, as borboletas na barriga, palpitações no coração e uma sudorese podem tomar conta da maioria dos guitarristas.
Simon McBride, porém, parece ter levado numa boa a bronca de segurar as seis cordas no Purple, visto a ótima desenvoltura de sua apresentação no Monsters 2023. Com precisão cirúrgica, o músico percorreu alguns dos maiores riffs do rock como Smoke on the Waters, Black night e Highway Star com muita personalidade e segurança.
Matthias Jabs – Scorpions
Jabs está no Scorpions há décadas, mas também precisou suar a camisa para dar conta das obras criadas por seus antecessores: Michael Schenker e Uli Jon Roth. Além disso, precisou mostrar seu valor como compositor, e o êxito do músico pode ser visto e curtido em riffs e solos icônicos de Blackout, Bad Boys Running Wild, Rock You Like a Hurricane, Big City Nights, Still Loving You, Wind of Change e Send Me An Angel. E é claro que tais canções foram exemplarmente executadas por Jabs no harmonioso set da banda.
Tommy Thayer – KISS
O rockstar Paul Stanley pode rebolar, dançar, colocar a guitarra na cabeça e entre as pernas e, até mesmo, ostentar o instrumento apenas como um ornamento estético, pois as linhas de guitarra do KISS estão garantidas pelo exímio playing de Tommy Thayer.
Sabiamente, o músico mantém de forma intacta as estruturas das canções, o que seria uma heresia caso fossem adulteradas para mostrar o quão virtuoso o instrumentista pode soar. Contudo, Thayer consegue adicionar sua marca na execução dos sons, priorizando um timbre cheio, que é cortesia de suas Epiphones, bends e vibratos afinadíssimos. Na apresentação do Monsters of Rock 2023, Tommy provou mais uma vez ser uma das armas secretas do KISS e peça fundamental para a manutenção de seu sucesso nas últimas décadas.