Ohhh, o Shaman voltou! Ohhh, o Shaman voltou! Esse foi o canto que os fãs do Shaman fizeram ecoar em alto e bom som pelo Circo Voador ontem (14), com o segundo show da Nagual Fly Tour 2020, que marca a volta do grupo aos palcos depois do trágico falecimento do vocalista Andre Matos, em junho do ano passado.
O sentimento que pairava no ar, claro, era um misto de ansiedade, alegria, prazer e apreensão, já que a morte do mítico Andre Matos deixou marcas profundas nos demais membros – a saber Hugo Mariutti (guitarra), Luis Mariutti (baixo), Ricardo Confessori (bateria) e Fábio Ribeiro (teclado) – e fãs. No entanto, toda e qualquer hesitação caiu por terra com os primeiros acordes de pesada e cativante Turn Away, revelando o quão determinada, segura, firme e unida está a banda e seu novo vocalista, o ótimo Alírio Netto.
Com o repertório pautado, basicamente, nos sensacionais álbuns: Ritual e Reason, o show fora como o suprassumo do heavy metal nacional, ou seja, a presença da incrível trinca com Distant Thunder, For Tomorrow e Here I Am era certa e como de praxe abalou as estruturas da casa de show. O clima denso e introspectivo de Reason, Innocence e More, cover do The Sisters of Mercy, deram o equilíbrio perfeito à apresentação. O grupo ainda presenteou a plateia com a novata Brand New Me, indicando que vem muita coisa boa por aí.
É impossível não ressaltar o fantástico trabalho de Alírio Netto, que tem a árdua tarefa de substituir o saudoso Andre Matos, já que não é apenas o aspecto técnico que pesa nesta equação. Elementos como carisma, simpatia, humildade, atitude, entre tantos outros predicados incidem para a consonância de tal conta, e nisso Alírio provou com sobras que é a decisão certa em seguir no posto do querido Andre.
A aprovação de Alírio teve a benção dos fãs cariocas, que responderam a cada movimento e gesto do cantor, participando em coro das seminais Fairy Tale e Over Your Head e no ótimo medley com Living for the Night / Endeavour / No Need to Have an Answer/ The Show Must Go On, que contou, inclusive, com a participação do violinista Marcus Viana.
O trio peso pesado com Ritual, Lisbon, cover do Angra, e Pride encerrou a emocionante apresentação do Shaman na capital fluminense, onde nem as oscilações no som foram capaz de depreciar a grandiosidade do espetáculo. E como foi bom e comovente ouvir os clássicos do grupo ecoando pelos PA’s e como é maravilhoso afirmar: Ohhh, o Shaman voltou! Ohhh, o Shaman voltou!