Sepultura: Fanboy de Cavalera jamais entenderá a importância de Derrick Green

A história de ascensão, apogeu e decadência do Sepultura é para lá de conhecida ao público heavy metal made in Brasil, mas, caso alguém tenha passado as últimas décadas colonizando Marte, vamos fazer um breve resumão para situar a turma e destacar a importância do vocalista Derrick Green.

Ascensão

Em meados dos anos 80, alguns moleques espinhentos, influenciados pela onda thrash metal e por nomes como Venom, Bathory, Celtic Frost, entre outros, resolveram infernizar os vizinhos emulando as ótimas desgraceiras sonoras gringas. O nome do conjunto, que não poderia ser melhor, diga-se de passagem, era impregnado pelo teor lírico e musical do quarteto.

Roçando mato, mas já pensando e planejando chegar bem mais longe do que qualquer outra banda do gênero do Brasil, a molecada fez um tremendo barulho e causou uma ótima impressão com Morbid Visions (1986), Schizophrenia (1987) e Beneath the Remains (1989).

Apogeu

Apesar dos bons resultados, o ranço de ser uma mera cópia dos gringos pairava no ar; contudo, cientes de tal fato, Max Cavalera (vocal e guitarra), Andreas Kisser (guitarra), Iggor Cavalera (bateria) e Paulo Xisto Jr. (baixo) trataram de remodelar o som do grupo, deixando-o com DNA próprio, o que é o sonho de muitas bandas, mas a conquista de pouquíssimos conjuntos e artistas.

A trinca Arise (1991), Chaos A.D. (1993) e Roots (1996) chegaram com os pés na porta e colocaram o grupo, bem como o Brasil, no mapa como uma das maiores potências do heavy metal mundial. De Ozzy Osbourne ao Motörhead, de Kreator ao Napalm Death, o mercado internacional queria a presença do Sepultura no rolê e de todas as formas possíveis.

Decadência

Porém, no momento em que o Sepultura estava voando mais alto com o lançamento de seu sexto álbum de estúdio, o citado Roots, o frontman Max Cavalera pulou para fora do barco, deixando o resto do grupo e equipe a ver navios.

O primeiro fator, pois, que levou à saída do músico, foi a decisão da banda de romper relações com a empresária, Gloria, que também era esposa de Max. Tal decisão criou uma cisão entre os membros.

Max considerava o trabalho de Gloria bem-feito e de suma importância aos bons resultados que o conjunto estava acumulando. Já a outra parte não via dessa forma, achava que a empresária tentava, por exemplo, transformar o grupo numa espécie de banda de apoio de Max.

Portanto, com a debandada do vocalista, o entorno do grupo, representados por empresário, gravadora e produtor, também deram no pé, ou seja, era começar a jornada praticamente do zero. Na verdade, com algumas expectativas a superar, pois os caras já tinham alcançado um grande patamar a ponto dos mais entusiasmados, fãs e ou mídia, taxá-los de o novo Metallica.

Renovação

Longe do processo de vitimismo e de querer ficar pelos cantos lambendo as próprias feridas, o trio remanescente – Andreas, Iggor e Paulo – teve um trampo danado para recuperar os cacos, colar todas as peças e seguir em frente. A parte vital para tal processo fora a entrada Derrick Green, vocalista de muita desenvoltura técnica, personalidade e presença de palco.

Sabiamente, Green não colocou os pés no território do Sepultura marchando pelas pegadas deixadas por Max; muito pelo contrário, o cantor veio mostrando atitude e vigor para caminhar de forma própria, essencialmente independente, o que fora chancelado por seus parceiros de trabalho.

Legado

Com muita independência artística e sem precisar pedir a bênção para fã descerebrado, o Sepultura, em parceria com o gente fina Derrick Green, deu vida a obras que já passaram pelo implacável teste do tempo como Against (1998), Nation (2001) e Kairos (2011), e para trabalhos como Machine Messiah (2017) e Quadra (2020) que têm predicados de sobra para superarem a imponência dos registros clássicos e, evidentemente, serem acolhidos como álbuns de vanguarda.

Fanboy de Cavalera jamais entenderá a importância de Derrick Green ao Sepultura e ao heavy metal brasileiro. Aliás, isso talvez seja pedir demais aos barizons de plantão. Ainda assim, nós, enquanto comunicadores, temos o dever de apontar o caminho em que o Sol nasce, portanto, vamos sempre bater nesta importante questão. Vida longa, Derrick!

13 comentários em “Sepultura: Fanboy de Cavalera jamais entenderá a importância de Derrick Green”

    • O fã de metal é complicado. Muito saudosismo, muitas indiossincrasias… Qualquer mudança soa estranho. Mas que bom que existe reconhecimento ao (bom) trabalho que o Derrick faz!

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  1. É o mesmo que colocar açúcar no feijão vom arroz se coloca sal. Açúcar é bom, mas colocado na comida não significa q ficará bom! Derick canta bem sim, fato! Mas não combina no sepultura! Max e Igor são a alma! Unamidade, isso não se discute, o cliente tem sempre razão! Não é assim funciona!?!

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  2. Fanboy de Cavalera kkkk

    Os caras inventaram o Sepultura, ajudaram a moldar o metal atual e venderam milhões de discos. Tudo o que a fase Derrick não conseguiu. Não por culpa dele, é claro. Mas por uma conjuntura que não lhes era favorável. Além de lançar discos pouco expressivos. Só melhoraram com a entrada do Eloy.

    Outra coisa. Sepultura é cultuado desde o Bestial Devastation. Esse papo de cópia dos gringos é recalque. O Black Metal escandinavo e o Death Metal da Flórida foram extremamente influenciados pelo Sepultura. Muito antes de Chaos AD e Roots.

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  3. Olhas os fanboys dos Cavaleras aí nos comentários, devem ser os típicos rockeiros reaça kkk
    Claro que a fase com eles foi o auge do grupo, mas se dependesse deles, o Sepultura teria deixado de existir há muito tempo, a banda decidiu continuar e soube se reinventar, pobre do Max que tem dor de cotovelo até hoje, saiu da banda por ego e lançou pouca coisa relevante, o coletivo falou mais alto.

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  4. Primeiro álbum que comprei do Sepultura foi o Schizo em 88, na sequência o Bestial e o Morbid. Chegando o Beneath, PQP! 100% Thrash Metal! Pra meu gosto, o melhor deles! Depois do Arise já começaram a desacelerar sua característica original e de fato, começou a ficar diferente. No Chaos, firmaram um novo tipo de sonoridade, não era mais puro thrash metal, mas ainda apreciável. Quando veio o Roots, eles viraram um “macumba/tribal metal”, algo assim. Lá fora os gringos amam esse álbum, eu detesto. Não era mais o Sepultura que conheci. O Sepultura deveria ser “sepultado” aí. E após a separação e a chegada do Green creio que eles deveriam ter aproveitado e trocado o nome da banda, começado do zero, uma nova banda, sem o “fantasma do Max” já que a sonoridade geral não ficou a mesma. É a minha opinião.

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  5. Quando vi Derrick pela a primeira vez cantando Territory, cara…fiquei impressionado com o vocal e atitude do cara, canta muito!!!! Acho que o grande problema do Sepultura foi ter continuado com o nome Sepultura na banda, deveria ter mudado de nome e assim começar uma nova saga em termos de tudo!!!! Valeu!!!!

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