A centenária doutrina espírita se fundamenta na ideia de que há vida vida após a morte – ou vida após a vida, se preferir. O conceito base codificado pelo educador francês Allan Kardec pode ser, pois, extrapolado para outras áreas como a musical, já que muitas bandas seguiram carreira depois da morte de um de seus membros.
Contudo, há bandas que não quiseram saber de esticar a vida e trataram de encerrar as atividades depois de falecimento de um de seus integrantes. Nas linhas abaixo, vamos recordar alguns grupos que saíram de cena motivados pela encapuzada e sombria dona da foice.
1. Led Zeppelin
O quarteto britânico marcou seu nome nos anais do rock n’ roll com oito trabalhos de estúdio. De Led Zeppelin (1969) a In Through the Out Door (1979), a banda fez uma mistura bem azeitada de folk, rock e psicodelismo, e o legado está mais vivo do nunca.
Todavia, as atividades cessaram depois do falecimento do baterista John Bonham no dia 25 de setembro de 1980, aos 32 anos. O batera enfiou o pé na vodca e sucumbiu ao engasgar no próprio vômito. O Led fechou a banca na hora.
2. Rush
O trio canadense se aposentou dos palcos em 1 de agosto de 2015, com uma apresentação no The Forum, em Los Angeles, EUA. As turnês já estavam exigindo demais do baterista Neil Peart, assim, abandonar o palco foi a opção seguida pelos caras.
O ponto final da banda, entretanto, chegou no dia 7 de janeiro de 2020 com a morte de Neil, após uma batalha de três anos contra o glioblastoma, uma forma agressiva de câncer no cérebro. O baterista tinha 67 anos.
3. Motörhead
O Motörhead era essencialmente uma banda pesada para ser taxada rock n’ roll ou classic rock, muito despojada para levar a insígnia do heavy metal e muito bem elaborada para ser colocada no cesto do punk rock. Portanto, Motörhead era o Motörhead, e tal identidade inconfundível fora imposta pelo seu líder, o vocalista e baixista Lemmy Kilmister.
O ás de espada morreu em 28 de dezembro de 2015, poucos dias depois de ter completado 70 anos de idade, vítima de um câncer de próstata. Desde então, o Motörhead jaz ao lado de Lemmy.
4. Van Halen
A partir da década de 2000, a atuação do Van Halen ficou vacilante: ora estava ativa e cheia de trabalho, ora voltava para hibernação. De lá para cá, o quarteto ainda soltou um álbum de inéditas, A Different Kind of Truth, de 2012.
No entanto, o ponto final para o grupo chegou com a morte do professor Eddie Van Halen em 6 de outubro de 2020, devido um câncer na garganta.
5. Type O Negative
A pluralidade musical dos anos 90 deve muito ao vozeirão e capacidade melódica do vocalista e baixista Peter Steele. O grandalhão colaborou para o amadurecimento da cena gothic metal e provou que o mercado musical nova-iorquino não era só alicerçado pelo punk rock e hardcore.
De tanto falar em morte nos seminais Bloody Kisses (1993) e October Rust (1996), Life Is Killing Me (2003) e Dead Again (2007), Peter a encontrou pessoalmente no dia 14 de abril de 2010, aos 48 anos. O músico sucumbiu a uma sepse causada por diverticulite. O Type O Negative encerrou as atividades, imediatamente.
6. Nirvana
Tudo que envolve o trio grunge mais famoso de Seattle é mais do que batido e conhecido pelos fãs. Os rapazes foram alçados ao céu com o sucesso de Nevermind (1991), o que parece ter inflamado os muitos problemas psicológicos de Kurt Cobain.
O músico tirou a própria vida no dia 5 de abril de 1994, ao 27 anos. Dave Grohl (bateria) e Krist Novoselic (baixo) decretaram o término do Nirvana assim que receberam a notícia da morte do amigo.
7. Soundgarden
Soundgarden é outro nome do grunge de Seattle que teve um encontro com a dona da foice poucos anos atrás. Após um show em Detroit, o vocalista Chris Cornell se enforcou em um banheiro de hotel. O cantor, que sofria de depressão e alcoolismo há muitos anos, desencarnou em 18 de maio de 2017, aos 52 anos.
Assim que souberam da infeliz notícia, os companheiros de Chris Cornell trataram de encerrar as atividades da banda.