Dentro do cenário rock n’ roll e heavy metal, o solo de guitarra é um dos momentos mais emblemáticos e emocionantes das canções. Imagina conceber hinos como Painkiller (Judas Priest), Stairway To Heaven (Led Zeppelin), Paranoid (Black Sabbath), Master Of Puppets (Metallica) e Wasted Years (Iron Maiden), entre tantos outros, sem seus magníficos e imponentes solos.
Suave, complexo, sutil, fritado, chorado, selvagem, econômico, chiclete, longo, dissonante… Não importa a moldura em que esteja, o solo é um elemento fundamental para construção da paisagem sonora da música pesada.
E é evidente que a guitarra brasileira tem incríveis representantes, com solos de execução técnica impecável, sonoridade sedutora e hipnotizante e, claro, com um sabor único. Então, vem com a gente curtir alguns dos mais extraordinários solos da guitarra brasileira.
Andreas Kisser – Territory (Sepultura)
Dissonante, urgente e claustrofóbico, essas são algumas das sensações propagadas pelo solo de Territory! Em perfeita harmonia com o peso proposto pela canção, os licks e tapping ajudam edificar o solo de uma das principais canções do thrash metal. Porrada na orelha made in Brasil.
Robertinho de Recife – Fogo
O estilo virtuose dos anos 1980 fixou residência na casa da maioria dos guitarristas e elevou a enésima potência o status bad boy das seis cordas! Robertinho fora um dos muitos instrumentistas que deu um rumo incendiário as suas canções em tal época, com licks e frases rápidas. Na canção Fogo, por exemplo, o músico mostrou o quão apimentado é o hard rock nordestino.
Kiko Loureiro – Never Understand (Angra)
Colocar baião numa canção de heavy metal não é para qualquer um, não! O Angra, no entanto, conseguiu e o resultado é impressionantemente positivo. Na mesma toada assertiva está o solo chorado e salpicado por wah wah presente no meio da canção. O belo trabalho fora executado pelo ilustre Kiko Loureiro. Escolhidas a dedo, a notas selecionadas por Kiko transmitem uma emoção que é fora do comum! Não é à toa que Dave Mustaine abriu as portas do Megadeth para o guitarrista carioca.
Luis Carlini – Ovelha Negra (Rita Lee)
É bem provável que o solo melodioso de Ovelha Negra fique na sua cabeça por dias a fio, mas não se preocupe, pois não há nada de errado com você, na verdade, é algo muito bom. O motivo se dá pelo incrível trabalho de Carlini, onde fez sua guitarra contar uma emocionante história com começo, meio e fim. Ouça e se prepara para colocar a canção no modo repeat.
Hugo Mariutti – Turn Away (Shaman)
O som agressivo, poderoso e imponente do solo é o par perfeito para o open track de Reason, segundo trabalho de estúdio do Shaman, e é cortesia do caçula dos Mariutti, Hugo. Frases rápidas são temperadas com efeito wah wah, o que maximizam o impacto e imponência da música.
Wander Taffo – Garota Dourada (Radio Taxi)
A criatividade rítmica, harmônica e melódica do saudoso Wander Taffo sempre fora uma constante em sua carreira. Versátil e com uma gama de recursos na manga, o guitar hero brasileiro dá uma palhinha de sua genialidade no sensual e caloroso solo de Garota Dourada. Obrigado por tudo, Mestre!
Pepeu Gomes – Mil e Uma Noites de Amor
Pepeu fornece um tempero especial à guitarra brasileira! O músico consegue o difícil equilíbrio entre o virtuosismo e musicalidade, o que proporciona a sua obra musical um gosto prazeroso, especial e incomparável.
Inserções de frases limpas dão um charme único à música. O solo principal ganha um pouco mais de peso, mas dentro do contexto proposto por Pepeu. Não existe absolutamente nada fora de esquadro e supérfluo. O solo é tão gostoso quanto mil e uma noites de amor.
Edu Ardanuy – Emotional Catastrophe (Dr. Sin)
O repertório de Ardanuy é vasto, o guitarrista domina como poucos a palhetada alternada, tapping, bend, vibrato, entre outros recursos técnicos. Com isso, as suas criações musicais são interessantes, fluidas e agradáveis aos ouvidos, além disso, o músico não sustenta sua arte no exibicionismo banal. Um bom exemplo é o intrincado solo de Emotional Catastrophe, que mostra alguns dos trunfos do guitarrista.
Pensei que, pelo conjunto de arranjo de guitarras, “OnThe Rocks” da Rita Lee e Roberto de Carvalho, estaria aqui.
Grande abraço!
Bonus* Juninho afram – espelhos mágicos