O Rush foi um dos mais importantes expoentes do rock progressivo, não há dúvidas quanto a isso, pois é um fato e as evidências estão aí para todo mundo ver e tirar a prova dos nove. Os críticos mais ferrenhos dos idos setentistas como Lester Bangs chegaram a taxar o trio como uma mera cópia do Led Zeppelin, o que é uma tremenda injustiça.
Sim, a troika tinha influência do quarteto britânico, mas seu som ia muito além das fronteiras “zeppelianas”, em virtude de contemplar uma gama mais abrangente de influências e sons. Hard rock, classic rock, blues, heavy metal, reggae, eletrônico e outras mil facetas musicais estavam sob a tutela dos canadenses.
A exemplo do Jethro Tull que tinha o destaque no flautista e vocalista Ian Anderson e o King Crimson no virtuoso guitarrista Robert Fripp, o Rush residia sua arma secreta no baterista Neil Peart. É importante ressaltar que Geddy Lee (vocal, baixo e teclado) e Alex Lifeson (guitarra) eram exímios instrumentistas e compositores, mas Peart não era chamado de O Professor à toa.
Há quem já o rotulou como um músico sem groove, gingado e balanço, como se fosse uma espécie de C-3PO do rock n’ roll, o que é um disparate dos brabos e soa mais como intriga da oposição que sempre ficou à margem dos dotes técnicos e intelectuais de Neil.
Além do playing, o músico acertou em cheio quando recheou as músicas do Rush com letras que transmitiam profundidade, sagacidade e fineza. Inspirado por romances a filosofia, por fábulas a conteúdos científicos, o músico elevou o sarrafo qualitativo do rock e deixou a concorrência comendo poeira.
A existência de Neil Peart na seara musical foi como suas próprias músicas: um emocionante tapete sonoro, forrado de muita técnica e elegância, com pitadas aqui e acolá de humor.
Como uma singela homenagem ao Professor, separamos seis momentos de destaque de sua imensa carreira.
1. La Villa Strangiato
2. Red Barchetta
3. Mystic Rhythms
4. 2112
5. Mission
6. YYZ