Por incrível que possa parecer, muitos fãs de Roger Waters e Pink Floyd não suportam as posições políticas do músico e da banda, por mais que obras como Animals (1977) e The Wall (1979) sejam claras em suas mensagens e críticas sociais e políticas.
Em recente turnê latino-americana, como tem feito na perna europeia e norte-americana do giro, Waters fez questão de soltar no telão uma mensagem ao público, declarando, em tom debochado e irônico, que quem não suportasse sua visão política deveria ir para a merda do bar imediatamente.
No entanto, a produção das apresentações na América Latina resolveu amansar o discurso de Roger e dizer para se retirar ou ir embora para o bar, o que não condiz com a zombaria proposta pelo músico.
Durante entrevista ao jornalista Glenn Greenwald, Waters comentou sobre o caso.
“É uma gravação que venho fazendo há muito tempo, e já a apresentei na última vez que estive aqui no Brasil.
É uma mensagem bem clara, até pelo meu tom de voz, que é uma piada. Eu não estou dizendo para as pessoas irem e sentarem em um bar caso não concordem com minha visão política.
O público na América do Norte e Europa entenderam completamente; eles reagiram rindo, concordando ou o que fosse.
Eu tive êxito, pois era um momento teatral. Mas lamento dizer que as traduções para o português e espanhol não traduziram o vá à merda.
Eles traduziram para algo como retire-se ou vá embora! Bem, se retirar não é a mesma coisa de vá à merda”.
Eis o bate-papo completo no tocador a seguir: