A edição de 40 anos do Rock in Rio chegou com a proposta de oferecer atrações para todos os gostos, o que deixou muita gente rangendo os dentes porque o rock n’ roll e suas muitas vertentes ficaram com o espaço consideravelmente reduzido.
Mesmo com o espaço diminuto, os riffs e solos de guitarra made in Brasil marcaram presença no festival neste último domingo (15) e fizeram a alegria dos milhares de fãs que cantaram e dançaram ao som de alguns hits da música pesada.
O pontapé do dia rolou no Palco Sunset, com o show do Barão Vermelho, que não se intimidou com a responsabilidade e mostrou muita segurança em sua performance e repertório.
Mesmo capenga, a atual versão do grupo, com o vocalista Rodrigo Suricato, ganhou o público com a humildade de não renegar o seu legado e suas formações anteriores. Aliás, o show ganhou contorno ainda mais especial com a execução da canção inédita Do Tamanho da Vida.
Outro que exibiu muita confiança ao apresentar o próprio repertório foi o Os Paralamas do Sucesso. A cumplicidade e respeito dos amigos Herbert Vianna (vocal e guitarra), Bi Ribeiro (baixo) e João Barone (bateria e vocal) inspiram um espetáculo leve e prazeroso do começo ao fim.
Hit atrás de hit foi a tônica do espetáculo dos caras, deste modo, Óculos, Meu Erro, Caleidoscópio, Alagados e Lourinha Bombril garantiram que o público se sentisse em casa.
A turma do Planet Hemp queimou a energia do público ao apresentar temas clássicos de sua carreira que já beira os trinta anos. Sons como Legalize Já, Ex-quadrilha da Fumaça, Fazendo a cabeça e Queimando Tudo agradaram o público, assim como músicas recentes como Distopia, Taca Fogo e Jardineiro.
O espetáculo ganhou a colaboração e o reforço da cantora baiana Pitty em Admirável Chip Novo (Reativado), Teto de Vidro, Mantenha o Respeito e Máscara.
Do outro lado do rolê, no Palco Supernova, a coisa ficou mais pesada ao som de Crypta, que está em franca promoção de seu segundo registro de estúdio, Shades of Sorrow, de 2023. Fernanda Lira comandou a festa black e death metal sem um pingo de dó aos ouvidos alheios. Antes disso, Eskröta e The Mönic tentaram fazer as honras da casa, contudo, pouco acrescentaram ao saldo azul do dia.
Já o Black Pantera foi um soco no estômago dos reacionários presentes e dos que possivelmente acompanhavam pela televisão. O crossover falou alto e não rolou um momento de tranquilidade no set do trio mineiro.
As atividades no Supernova fecharam com o hardcore capixaba do Dead Fish, que fizeram um estardalhaço danado em um repertório coeso e sem firulas. Não houve momento de respiro, o que foi motivo suficiente para consagrar a alegria do público que acompanhava a porradaria sonora.
Mesmo tendo os gringos como as atrações principais do Dia do Rock, o rock e o metal made in Brasil marcaram presença e provaram o quão fortes são. A torcida que mais grupos pesados estejam nas próximas edições do Rock in Rio.