Cerca de dois anos atrás, o baixista do Angra, Felipe Andreoli, bateu um longo papo com o pessoal do podcast Rosaverso. A conversa é muito interessante para quem é fã do Angra e para quem deseja ter uma noção mais profunda sobre o mercado fonográfico e, de forma específica, sobre as cenas do rock n’ roll e heavy metal.
Em dado momento da conversa, Andreoli tocou em um assunto que é tabu e varrido para baixo do tapete por alguns fãs de música pesada, que é compreender e aceitar que os consumidores de rock e metal passam longe do estereótipo popular, isto é, de serem perfis unânimes aos olhos da sociedade.
Felipe disse: “O rock é o estilo do excluído, do cara que não é popular na escola e da menina que não é a patricinha linda que todo mundo acha maravilhosa.
[Estes perfis] têm também, mas, muitas das pessoas que se sentem mais excluídas, encontram no rock um grupo de pessoas que se aceita pelas ideias, pela afinidade musical e artística, pelo estilo de vida diferente, que não é sair, encher a cara e pegar dez numa noite”.
Andreoli continuou: “As pessoas vão se encontrando nesses grupos, então, é muito legal perceber que os fãs de metal têm interesses em comum que extrapolam a própria música. É o cara que gosta de anime, videogame, são os nerds que gostam de RPG [role-playing game].
Todos eles encontram no metal um espaço onde podem conviver, serem eles mesmos e criar uma comunidade. O rock sempre foi isso: o estilo de vida que é diferente de tudo que o sertanejo, funk, pop e o rap pregam. Essas pessoas não se encontram nesses estilos, mas no rock elas se encontram”.
“E nas diferentes vertentes do rock e metal, as pessoas serão ainda mais específicas no tipo de gente [com quem irão se relacionar], no tipo de programa que vão fazer e nos tipos de coisas que gostam”, concluiu o músico.
Assista o bacana bate-papo na íntegra neste tocador: