Ratos de Porão: “A maioria dos que me chamaram de traidor do punk virou crente ou polícia”, analisa Jão

Os integrantes do Ratos de Porão sempre levaram a fama de serem traidores do movimento punk rock. Até as pessoas que estavam dentro desta cena musical tiveram tal atitude para com os caras. O motivos podem variar e podem ir do estilo musical da banda, que é um crossover, ou seja, não é um punk puro, até o trabalho de apresentador do vocalista João Gordo em emissoras como MTV e Record.

Pouco tempo atrás, o guitarrista Jão – João Carlos Molina Esteves – conversou com os apresentadores do canal Podpokas, Tutu Fazan e Anderson Colnaghi, e teceu alguns comentários sobre a alcunha de traidor do punk rock.

“Dizem que os grandes traidores do punk foram nós! Mas acho que as pessoas que me chamam de traidor, elas que foram as traidoras. Quando a gente começou a misturar o metal com o punk, muita gente torceu o bico. Demorou muitos anos para entenderem o que estava rolando; inclusive gente da minha geração meteu a boca”.

O guitarrista acrescentou: “Eu fiquei mal, porque foi um bagulho que a gente ajudou a construir, e falam que eu sou um traidor. E a maioria dos que me chamaram de traidor do punk virou crente ou polícia. Também viraram uns reacionário. Tem uns reaça dentro do punk”.

“O punk da minha época não era politicamente correto. O ‘ganguismo’ atrapalhou muito a evolução, porque a gente descolava um lugar para tocar, mas sempre tinha um cara para atrapalhar. Esse tipo de cara nunca moveu uma palha, nunca compôs uma música, nunca escreveu um fanzine, nunca fez um vídeo, nunca escreveu um poema e nunca escreveu uma frase de protesto, e só estragou o rolê”, concluiu.

Eis a fala completa de Jão no player abaixo:

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