Como em todas as profissões, o músico que quer pautar seu trabalho pela excelência, criatividade e originalidade deve debruçar-se em horas a fio de estudo, desenvolvimento e aperfeiçoamento para que suas habilidades, competências e aptidões estejam mais afiadas do que um canivete suíço. Os bons exemplos pipocam aos montes, mas há um seleto grupo de músicos que não fazem corpo mole e não aceitam nada menos que o excepcional.
O vocalista e guitarrista, Tommy Victor, tem aplicado à mesma proposição de excelência em sua banda, o Prong – completa o grupo Mike Longworth (baixo) e Art Cruz (bateria). E uma boa prova está no mais novo disco de estúdio da banda, Zero Days, que tem lançamento nacional via Shinigami Records/SPV, onde em suas quatorze canções exala a essência do thrash metal fundido ao seu já conhecido sotaque vanguardista de metal industrial.
O peso e o groove de However It May End é um convite ao ouvinte empunhar sua ‘air guitar’ e acompanhar os riffs sincopados, e de forma avassaladora a faixa homônima ao disco ganha destaque com suas palhetadas e solos velozes, desafiando o ouvinte a acompanhar as ótimas linhas de guitarra em seu real instrumento e ou na ‘air guitar’ mesmo. O pé no acelerador continua no talo em temas como Off the Grid, Operation of the Moral Law e Forced Into Tolerance, enquanto o equilíbrio surge em músicas mais cadenciadas como Blood Out of Stone, Self Righteous Indignation e Wasting of the Dawn.
E não é só no quesito musical que Zero Days merece ênfase, já que a capa adorna um crânio espinhento se alinhando habilmente ao cáustico, corrosivo e sarcástico conteúdo lírico do álbum. E de volta às circunstâncias musicais, a melódica voz de Tommy Victor adquire evidência, uma vez que se afina de forma convincente à sonoridade proposta pelo grupo, criando uma estabilidade com as linhas instrumentais.
Fica claro que o Prong não se acomodou em Zero Days e presenteia sua fiel base de fãs com um trabalho guiado pela excelência, e aquela história de dedicação e horas a fio para refinar ainda mais as aptidões vale, e muito, a pena e o novo álbum dos norte-americanos vem para fundamentar tais afirmações.
Track list de Zero Days:
1. However It May End
2. Zero Days
3. Off the Grid
4. Divide and Conquer
5. Forced Into Tolerance
6. Interbeing
7. Blood Out of Stone
8. Operation of the Moral Law
9. The Whispers
10. Self Righteous Indignation
11. Rulers of the Collective
12. Compulsive Future Projection
13. Wasting of the Dawn
14. Reasons to Be Fearful (bonus track)
Nota: 8