Por que Zakk Wylde nunca mais usou a guitarra Gibson Les Paul Custom The Rebel

Zakk Wylde é um nome mais do que conhecido na cena heavy metal e no universo das seis cordas. O viking de Nova Jérsei, que começou sua carreira bem novo, na adolescência, ao lado do madman Ozzy Osbourne, chamou a atenção pela alto nível técnico no instrumento, criatividade, timbre, performance energética e por usar guitarras com visual, digamos, peculiares em suas apresentações.

Da enigmática Gibson Les Paul Custom The Grail até a estonteante Gibson Les Paul Standard Shattered Glass, Wylde sempre se serviu de produtos de primeira qualidade para fazer as suas peripécias ao vivo. Contudo, uma de suas “armas de guerra”, a Gibson Les Paul Custom The Rebel, deu o que falar para uma parcela dos fãs de rock e metal e guitarra.

O motivo? Em seu fundo e em meio as tampas de garrafas de cerveja enferrujadas, ela possuía a bandeira dos Estados Confederados, que foi um lábaro usado ao longo da guerra civil norte-americana pelos estados sulistas que pregavam a manutenção da escravidão.

O instrumento de Zakk Wylde, que ganhou o apelido de The Rebel – algo como A Rebelde, em uma tradução livre – contava com captadores ativos da EMG no lugar dos famosos humbuckers comumente usados pela Gibson. A guitarra apareceu, inclusive, nos clipes das canções No More Tears e Mr. Tinkertrain, de Ozzy Osbourne.

Em 2016, durante entrevista à revista Metal Hammer, o viking explicou por que usou a imagem da bandeira confederada em sua guitarra.

“Eu tinha a bandeira confederada na minha guitarra como um tributo a todo o movimento do southern rock. Eu e Ozzy ficávamos acordados a noite toda ouvindo The Band, Eagles, Creedence Clearwater Revival e Bob Seger. Essas são as coisas que eu ouço quando estou relaxando”.

Avaria na rebelde

Apesar de ter brilhado em grandes palcos ao redor do planeta, a história da The Rebel não foi apenas de glória e alegria. Em 2008, na primeira vinda de Ozzy ao Brasil, depois de treze anos longe dos nossos palcos, Zakk, já chumbado de tanta birita na apresentação do Rio de Janeiro, resolveu jogar o instrumento para o público após o solo de Paranoid, que era a última música do show, e o caos tomou conta do Rio Arena.

Na época, jogar o instrumento para os fãs era uma prática do músico em alguns shows do Black Label Society, mas não era usual nos concertos do Príncipe das Trevas. Além do mais, os fãs europeus, por exemplo, sabiam brincar, visto que o objeto passeava por parte da galera e retornava ao palco sem nenhum drama ou avaria.

No Hell de Janeiro, entretanto, os fãs confundiram a barba de Wylde com a do Santa Claus e pensaram que era natal antes da hora, em abril, já que o barbudo das seis cordas jogou a The Rebel ao público sem um pingo de dó e piedade.

Quando percebeu que a guitarra estava em apuros e não voltaria para casa, Wylde se jogou no meio do fãs para reconquistar a amada rebelde. Seu guitar tech e segurança também se lançaram na plateia para ajudar o chefe. Eles conseguiram dar uns tabefes nos moleques que se aglomeravam em cima da guitarra e a pegaram de volta.

Infelizmente, o estrago já estava feito! No estica e puxa com e entre a molecada, a The Rebel perdeu seu headstock, o que deixou Wylde espumando de raiva na volta ao palco e o fez atirar a The Rebel no chão. O Madman ficou claramente bravo pela atitude do grandalhão, pois mudou essencialmente o foco e o final de seu espetáculo no Rio.

Sem o headstock original, a Gibson Les Paul Custom The Rebel se aposentou dos palcos e barbudo parou de jogar suas guitarras ao público. Onde está tal headstock? Bem, isto ainda se mantém como um grande mistério do rock n’ roll e heavy metal… Ou não.

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