PMRC: Congresso norte-americano não contava com a astúcia de Dee Snider

Um dos casos mais icônicos e patéticos em tentar vilanizar o rock n’ roll e o heavy metal aconteceu em meados da década de 1980, quando Mary ‘Tipper’ Gore, ex-esposa do ex-senador e ex-vice-presidente do Estados Unidos, Al Gore, fundou, junto com outras três ociosas esposas de políticos: Susan Baker, Pam Howar e Sally Nevius, o Parents Music Resource Center.

O PMRC fora um comitê criado para que os pais pudessem ter mais controle sobre o tipo de música consumido pelos jovens. Pressionando a RIAA (Associação Americana da Indústria de Gravação), a comissão conseguiu impor seus ideais, logo, álbuns e canções que estavam em desacordo e desalinho com suas regras foram taxadas como impróprias e receberam um selo de alerta: Parental Advisory Explicit Content, indicando que o conteúdo era de extremo perigo aos pimpolhos.

Em setembro de 1985, o congresso norte-americano, munido de representantes do PMRC, recebeu os icônicos John Denver, Frank Zappa e Dee Snider (Twisted Sister) para uma possível tentativa dê-los apequenar e desprestigiar e, explicitamente, estereotipá-los como ignorantes, tolos e desinformados. Porém, o trio foi incisivo, direto, sagaz e brilhante em seu discurso, o que deixou muita gente boquiaberta e sem o rumo de casa.

Tipper não contava com a astúcia de Snider e fora obrigada escutar calada e engolir a seco a fala de que deve curtir um sadomasoquismo e bandagem, pois fora o que encontrou nas letras de Under The Blade, do TS.

Em entrevista ao podcast VRP Rocks, o guitarrista do Twisted Sister, Eddie Ojeda, recordou o caso e deu sua opinião sobre o que aconteceu.

“Eu gostaria que tivéssemos ficado de fora disso tudo. Acho que se você é um músico, um ator ou um músico conhecido, acho que você deveria manter sua opinião sobre a censura para você mesmo.

Neste caso, acredito que fomos longe demais. Acho que foi legal defendermos os nossos direitos, no entanto, a longo prazo, não foi uma coisa boa ir ao congresso e enfrentá-los, porque eles não gostam de perder.

Dee fez um ótimo trabalho se representando, e eles não ficaram felizes com isso. Eles pensaram que iriam encontrar um bêbado e drogado, um cara que colocaria mais pregos no caixão, mas não foi assim.

Apesar de ter sido uma coisa positiva, a banda acabou pagando um preço caro em relação a tudo isso. Quando você se envolve demais com esse tipo de coisa, isso pode acabar prejudicando sua carreira”.

A entrevista completa está disponível aqui:

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