Em entrevista ao This Cultural Live, programa da BBC Radio 4, Paul McCartney afirmou que John Lennon foi o verdadeiro responsável pela separação dos Beatles.
Quando a banda se separou, há mais de cinco décadas, e Paul McCartney, John Lennon, George Harrison e Ringo Starr seguiram caminhos diferentes, foi McCartney quem arcou com a maior parte da culpa.
Mas agora, o compositor de Yesterday afirmou (via The Guardian) que Lennon “entrou na sala um dia e disse ‘estou deixando os Beatles'”.
Relembrando o que vê como o “período mais difícil de minha vida”, McCartney revelou que queria que o grupo continuasse, especialmente porque depois de apenas oito anos juntos, eles ainda estavam criando “coisas muito boas”, e acrescentou: “Essa era minha banda, meu trabalho, minha vida. Eu queria continuar”.
McCartney afirmou também que o processo judicial que abriu contra os companheiros de banda aconteceu por causa do empresário Allen Klein, que queria que os Beatles fingissem que ainda estavam juntos por meses. “O único jeito de lutar [por independência como artista] era processando os Beatles, porque eles estavam seguindo Klein. Anos depois, eles concordaram comigo”.
O músico disse ainda que vê a saída de Lennon como um reflexo de sua criação conservadora. “Ele sempre quis se livrar das amarras da sociedade, sabe? Ele foi criado por sua tia [Mimi Smith], que era bem repressiva (…), ele queria entrar num saco e passar uma semana deitado em uma cama em Amsterdã pela paz. Não tem como argumentar contra isso”.
Segundo McCartney, Yoko Ono, apontada por anos como a causadora da separação dos Beatles, não teve qualquer influência sobre o fim da banda. “Eles eram um ótimo casal. Havia uma força muito grande ali”.
A edição do This Cultural Life com a entrevista completa de Paul McCartney será transmitida no dia 23 de outubro pela BBC Radio 4.