O vocalista Paul Di’Anno, 64 anos, foi um dos autores de um dos maiores movimentos da música pesada que fora o New Wave of British Heavy Metal (NWOBHM). O frontman, ao lado do big boss do Iron Maiden, Steve Harris, colaborou para edificação da cena que ainda contava com a presença de Saxon, Def Leppard, Diamond Head, Angel Witch, Tygers of Pan Tang, entre outros.
Di’Anno foi a voz dos dois primeiros discos da Donzela de Ferro: Iron Maiden (1980) e Killers (1981), trouxe um quê urgente e ousado ao som do grupo e, obviamente, deixou uma importante marca na história do heavy metal.
No entanto, na época, sem se dar conta da única e notável oportunidade em que estava vivendo e desfrutando, o cantor começou a ceder aos indesejados caprichos da famigerada “síndrome de rockstar”, que é dar espaço a incontáveis comportamentos erráticos e abusos de substâncias ilícitas.
Não precisa ser um gênio da ciência para se dar conta que tal caminho leva a desfechos tristes e trágicos como decadência da saúde, perda de controle da própria vida, distanciamento de um senso crítico e lógico, fracasso social, perda da confiança por parte das pessoas próximas, falência material, entre outros obstáculos.
Com isso, Paul precisou passar no setor de recurso humanos mais cedo do que se podia imaginar e, claro, deixar o Iron Maiden. Desde então, o desmazelo com sua saúde e carreira foi a tônica de sua existência. Osteoporose, sepse, abcesso, MRSA e problemas no joelho são alguns dos desafios enfrentados pelo cantor ao longo dos últimos anos.
O estereótipo de vida de roqueiro inconsequente, onde o lema Born to Lose, Live to Win (Nascido para perder, vivo para vencer – em tradução livre) é levado ao pé da letra só funciona no cinema, pois na vida real as consequências são doloridas e custam caríssimo – no sentido real e figurado, diga-se.
Mesmo longe do Maiden, mas com a cabeça no lugar e na companhia de boas doses de responsabilidade e foco, o vocalista poderia ter gozado de uma carreira estável e, até mesmo, de grande sucesso comercial.
Atualmente, Paul Di’Anno enfrenta dificuldades financeiras e depende da renda das apresentações que eventualmente realiza e do sucesso de campanhas organizadas pelos fãs para angariar algum dinheiro. Paul Di’Anno ganhou na loteria e perdeu tudo para a “síndrome de rockstar”.