Opeth: Sorceress

Afirmar que o mundo musical é um lugar cheio de surpresas e metamorfoses não é novidade e, sim, uma asserção, e na jurisdição da música pesada não raro deparar com a afirmação anterior ganhando vida, onde os grupos concebem suas respectivas artes lançando mão das mais diferentes e variadas influências sejam no campo lírico, melódico ou harmônico.

A banda sueca, Opeth, por exemplo, trouxe, ao longo dos últimos anos, um nível de transfiguração extremo ao agregar ingredientes do jazz, fusion e progressivo ao seu outrora conhecido death metal ríspido e direto. E foi nessa toada que o grupo sueco apostou suas fichas e conseguiu cativar sua já posição de vanguarda e ás do prog metal junto aos amantes de música pesada.

E mais uma prova da comutação sofrida pela banda vem sob as belas canções que compõem o novo álbum de estúdio, Sorceress, que tem lançamento nacional via Shinigami Records. A degustação de Sorceress já começa pela linda arte da capa e pela caprichada versão nacional em digipack duplo, o que já garante uma ótima primeira impressão ao novo disco.

Em Sorceress, Mikael Åkerfeldt (vocalista/guitarrista); Fredrik Âkesson (guitarra); Martin Mendez (baixo); Martin Axenrot (bateria) e Joakim Svalberg (teclados) atingiram o ápice criativo da atual proposta musical do Opeth, onde temas como a progressiva e atmosférica The Wilde Flowers; a bela acústica Will o the Wisp; a longa e complexa Strange Brew e a intricada e pesada faixa-título dão credibilidade ao novo álbum.

Os predicados e o bom gosto não param por aí, visto que o conteúdo lírico do disco recebe trato especial e aborda de forma interessante tópicos como amor, bem como seus aspectos negativos; ciúme; amargura; paranoia e jogos mentais do amor. As letras são introspectivas e de cunho sombrio, ou seja, prepare-se para mergulhar na mente criativa e misteriosa de Mikael Åkerfeldt, visto que todo material lírico é espelhado em sua vida pessoal.

Sorceress é o décimo segundo álbum dos suecos e vem esbanjando requinte e elegância e aposta, como já é de esperar do atual Opeth, em canções profundas e complexas, o que demanda do ouvinte um tempo maior para que seja absorvido todo o conteúdo do disco, no entanto, vale cada minuto investido na apreciação e degustação de Sorceress.

CD1

01. Persephone
02. Sorceress
03. The Wilde Flowers
04. Will o the Wisp
05. Chrysalis
06. Sorceress 2
07. The Seventh Sojourn
08. Strange Brew
09. A Fleeting Glance
10. Era
11. Persephone (Slight Return)

CD2

01. The Ward
02. Spring MCMLXXIV
03. Cusp of Eternity (Live)
04.The Drapery Falls (Live)
05. Voice of Treason (Live)

Nota: 7

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