O termo guitar hero ganhou grande evidência nos anos 80, época em que nomes como Eddie Van Halen, Paul Gilbert, Marty Friedman, Jason Becker, Steve Vai, Joe Satriani, Randy Rhoads, Andy Timmons, Jake E. Lee, entre outros, usavam e abusavam das seis cordas.
Com o passar dos anos, a configuração musical da cena foi mudando, e os virtuosos solos de guitarra passaram a ser bregas e desnecessários para grande parte do público. Tal estética sonora tinha na figura da banda de grunge, Nirvana, seu maior representante.
Durante um bate-papo com o apresentador Igor Coelho – Igor 3K -, do podcast Flow, o virtuoso guitarrista brasileiro, Kiko Loureiro, afirmou que o virtuosismo da música foi quebrado com a vinda do Nirvana.
“No começo dos anos 90, principalmente quando vem o Nirvana, do dia para a noite acaba o virtuosismo na música”, disse Loureiro. “A música do Van Halen, do Ozzy Osbourne, com aqueles super solos meio que é quebrada com a vinda do Nirvana”, explicou.
“A música tem um ciclo, e quando o ciclo começa a ficar exagerado, vem um que quebra essa sequência”, ressaltou. “As bandas como Mötley Crüe e Poison usavam batom e lingerie; aí veio um com camisa de flanela, sem tocar direito, mas com a energia, falando diretamente com o público, em pé de igualdade, sem o glamour de rockstar, sem o pedestal e sem os super shows e vídeos”, acrescentou.
“Eu conversando com os caras do Megadeth, eles falaram que essa quebra foi do dia para a noite”, contou Kiko. “Os videoclipes dos caras do nada não tocavam mais na MTV”, continuou o músico.
“E isso reflete na venda de guitarra, reflete na venda de outros equipamentos e tudo mais”, pontuou o guitarrista.
“A gente começa a carreira quando começa a acabar esse movimento dos caras virtuoses, de ter duas guitarras tipo Saxon e Iron Maiden”, lembrou.
“Nirvana, Pearl Jam e Red Hot Chili Peppers são diferentes, não tem nenhum cara solando pra caramba; é a busca de outros caminhos que seja aquele do virtuosismo, e esses são os ciclos da música”, completou.
Não tenho dúvidas que a música tem ciclos isso é muito claro, mas os solos de guitarra jamais serão esquecidos e admirados. Vida longa ao Gilmour