O mapa do heavy metal nos últimos 25 anos – parte final

Enfim, a aguardada parte final do nosso mapeamento (veja a parte I aqui). Esta é uma lista com o intuito de compilar as 25 maiores e melhores bandas que marcaram os últimos 25 anos do heavy metal. Os critérios envolvem impacto, relevância, influência, inovação, reconhecimento e, em bom português, aquela capacidade de ser excelente como o heavy metal deve ser.

Para entrar na lista, a banda pode até ter surgido nos anos 1990, mas sua maior ascensão deve estar atrelada aos anos pós-2000. Ou seja, não serão incluídas bandas mais antigas como Judas Priest, Kreator ou Dream Theater, por mais que continuem relevantes.

Por fim, a lista está organizada em ordem alfabética, pois já foi tarefa difícil selecionar apenas 25 bandas e não achamos que seria justo montar um ranking.

Caso o prezado leitor só aprecie um estilo de heavy metal, com certeza irá reclamar, pois o metal é amplo. Também sabemos que algumas bandas merecedoras ficaram de fora, mas todas as escolhidas são gigantes e essenciais para quem deseja entender de verdade do assunto.

Então, caso não conheça qualquer uma delas, não perca mais tempo! E que venham os próximos 25 anos.

AMON AMARTH

País: Suécia
Estilo: melodic death metal

Em ascensão desde o começo dos anos 2000, foi na década seguinte que o grupo atingiu a estratosfera com uma coleção de hinos do metal. A temática viking continua a mesma, assim como os vocais guturais inconfundíveis e a energia de um dos shows mais fantásticos da cena, que sempre figura entre os headliners mais requisitados nos grandes festivais.

ARCH ENEMY

País: Suécia
Estilo: melodic death metal

Sob comando do guitar hero Michael Amott, a banda já gozava de amplo prestígio no começo dos anos 2000, mas foi alçada ao estrelato na década seguinte com a entrada da vocalista Alissa White-Gluz. O Arch Enemy é a maior referência quando se fala em vocal gutural feminino, sendo que a vocalista anterior, Angela Gossow, foi uma das grandes pioneiras dessa prática que influenciou todo o universo metálico.

AVANTASIA

País: Alemanha
Estilo: power metal/hard rock

Começou como um projeto paralelo e inovador de “metal opera” do grande Tobias Sammet (Edguy), que logo de cara se tornou um sucesso e marcou o início dos anos 2000. Cresceu tanto que acabou se tornando uma banda perene, além de diversificar seu som para o lado do hard/heavy. Mesmo assim, mantém a pomposidade criativa e o costume de utilizar vários vocalistas convidados a cada novo álbum, bem como nos shows.

AVENGED SEVENFOLD

País: Estados Unidos
Estilo: heavy metal/hard rock/metalcore

A discografia do Avenged não é unanimidade, mas é inegável que a banda evoluiu desde seu início no metalcore e produziu coisas excelentes com uma sonoridade mais tradicional, obtendo sucesso mundial estrondoso e servindo como porta de entrada de uma nova geração na música pesada. Aos detratores, tentem dar uma chance para os discos entre 2005 e 2013.

CHILDREN OF BODOM

País: Finlândia
Estilo: melodic death metal

Durante parte dos anos 2000, era tão comum ver camisas do Children of Bodom quanto do Iron Maiden nos eventos de rock e metal. Considerada por muitos a principal representante do melodic death metal, a banda marcou uma geração. O frontman Alexi Laiho era um verdadeiro rockstar e guitar hero, mas, infelizmente, veio a falecer em 2020.

DIMMU BORGIR

País: Noruega
Estilo: symphonic black metal

Está no limite da inclusão, pois já possuía reconhecimento desde a década de 1990 no cenário extremo. Porém, foi na década de 2000 que a banda emplacou sua inovadora abordagem sinfônica e atingiu a proeza de levar o black metal para as massas.

Embora esteja muito parado nos últimos tempos, o grupo rompeu barreiras, tornou-se o maior do gênero e chegou a tocar com uma orquestra no palco principal do Wacken, em uma apresentação icônica.

EPICA

País: Holanda
Estilo: symphonic metal

Surgida nos anos 2000, a banda segue fiel às raízes como maior representante do estilo “a bela e a fera”, que une vocais líricos femininos e guturais masculinos, em uma junção do metal sinfônico com trechos de death metal. Em adendo, qualquer headbanger que se preze irá reconhecer os longos cabelos ruivos da vocalista superstar Simone Simons.

GHOST

País: Suécia
Estilo: heavy metal/hard rock/AOR

Um verdadeiro fenômeno! Sua música é um rock/metal de arena, sempre salpicado com riffs e melodias que não saem da cabeça, além de todo um aparato visual, teatral e criativo. Com uma carreira de ascensão meteórica desde o começo dos anos 2010, o mais incrível é que a banda simplesmente não consegue lançar algo ruim. Obviamente, tornou-se uma das maiores do mundo.

GOJIRA

País: França
Estilo: prog/groove/death metal

Sucesso de crítica e público com um som intrincado e complexo, porém robusto, cuja influência na cena aumenta de forma ininterrupta desde o final dos anos 2000. Ainda fez história ao se tornar a primeira banda de metal a tocar na abertura das Olimpíadas, em 2024, com guturais e tudo que se tem direito. O grupo vive seu melhor momento e deve continuar crescendo.

HIM

País: Finlândia
Estilo: gothic rock/metal

As meninas suspiravam de amores, enquanto o pessoal do metal extremo gostava de ouvir escondido. O HIM era a cara dos anos 2000 com seu som gótico, radiofônico e grudento, mas muito bem escrito. A banda encerrou atividades em 2017, após uma carreira de grande sucesso comercial, e o frontman Ville Valo agora dedica o vozeirão à carreira solo.

IN FLAMES

País: Suécia
Estilo: melodic death metal/alternative

Assim como o Dimmu Borgir, o In Flames está no limite da inclusão, pois marcou também os anos 1990 e lançou alguns de seus álbuns mais aclamados nessa época. Todavia, o grupo continuou a se desenvolver, mudou seu estilo para um metal mais alternativo e se tornou muito maior a partir dos anos 2000, servindo de influência para um panteão de bandas do século XXI.

KORPIKLAANI

País: Finlândia
Estilo: folk metal

O maior expoente do folk metal balançou a cena quando despontou com seu som alegre e festeiro, baseado na música típica “caipira” do interior da Finlândia e cantado parcialmente em sua língua natal. Até hoje, o show do Korpiklaani é um dos mais frequentados e mais divertidos em festivais como o Wacken.

LAMB OF GOD

País: Estados Unidos
Estilo: groove metal

Referência absoluta do groove metal pós-Pantera, é muito difícil encontrar detratores para o Lamb of God. A banda é uma das principais representantes do “novo metal americano” (NWOAHM) desde meados dos anos 2000, praticando seu som agressivo com integridade e sem fazer concessões, além dos shows propícios para um moshpit insano.

MASTODON

País: Estados Unidos
Estilo: prog metal/alternative/stoner

Um dos principais representantes da NWOAHM e enorme influência para bandas alternativas. Maior expoente do estilo apelidado “stoner”, um som sujo que incorpora influências de fora do metal, doses de experimentalismo e psicodelia. Queridinho da crítica, também já conquistou uma legião de fãs desde meados da década de 2000.

MESHUGGAH

País: Suécia
Estilo: groove metal/prog/djent

Inaugurou a sonoridade apelidada de “djent” na segunda metade dos anos 2000, um estilo de metal experimental e muito pesado, construído com estruturas radicalmente complexas, exóticas e dissonantes. A inovação virou influência e fez da banda um sucesso de crítica e público.

NIGHTWISH

País: Finlândia
Estilo: symphonic metal

Sinônimo de qualidade e bom gosto, a laureada banda tem como destaques a superstar Floor Jansen, melhor vocalista do planeta, e o “gênio” compositor Tuomas Holopainen (teclados). A primeira vocalista, Tarja Turunen, também é referência e desbravou os caminhos para que o Nightwish se tornasse o maior produto de exportação da Finlândia na metade dos anos 2000, mas eles seguem crescendo de forma impressionante e rompendo a bolha do metal até hoje. Em tempo: não perca Ghost Love Score ao vivo no Wacken (2012), uma performance histórica.

OPETH

País: Suécia
Estilo: prog/death metal

O mastermind Mikael Akerfeldt possui uma aura cult quase mística entre os fãs, que não são poucos. A banda começou no metal extremo, mas, desde meados dos anos 2000, trilhou uma jornada de transição ao prog rock e se tornou um ícone da fusão desses estilos.

PARKWAY DRIVE

País: Austrália
Estilo: metal moderno/metalcore

Explodiu de uma vez por todas ao quebrar o rótulo de metalcore na década de 2020, fundindo outros estilos em uma sonoridade bombástica que define o metal contemporâneo. O grupo está voando e vive seu melhor momento atualmente: seu show é um dos mais arrebatadores dos últimos 25 anos e levanta multidões como headliner de festivais.

POWERWOLF

País: Alemanha
Estilo: heavy/power metal

Forma uma espécie de tríade com Amon Amarth e Sabaton: bandas temáticas com aspectos teatrais e sonoridade ligada ao metal “raiz”, excelentes ao vivo, que chegaram a headliners dos grandes festivais durante a década de 2010.

Não à toa, as três estão entre as maiores bandas da atualidade. No caso do Powerwolf, o folclore romeno com traços góticos e as letras bem-humoradas são as marcas da inovação do conjunto.

RAMMSTEIN

País: Alemanha
Estilo: industrial metal

Ninguém entendia nada: nem das letras malucas em alemão, nem da sonoridade industrial maluca, nem do visual mais maluco ainda. Apesar disso (ou exatamente por isso) e contra todas as probabilidades, tanta maluquice junta acabou por se tornar algo revolucionário. A banda estourou no início dos anos 2000, mas, após uma avalanche de polêmicas, esquisitices e shows incendiários, permanece uma lenda até os dias atuais.

SABATON

País: Suécia
Estilo: heavy/power metal

Esses aprenderam com os melhores, como Iron Maiden e Judas Priest. A temática histórica sobre guerras, o som simples e empolgante, o carisma e os shows explosivos são os fatores de sucesso desse rolo compressor, que se tornou uma das maiores bandas do planeta. Se dependesse do público, seria headliner do Wacken todo ano.

SLIPKNOT

País: Estados Unidos
Estilo: nu metal/alternative

A banda “mais metal do nu metal” é justamente a única que segue por cima até hoje, não parou de produzir, não afrouxou seu som e não viu sua popularidade despencar globalmente, por isso é a única que está nesta lista. Na contramão de seus conterrâneos, o Slipknot fez questão de se ligar cada vez mais ao metal e acabou se tornando uma das grandes bandas da história.

SYSTEM OF A DOWN

País: Estados Unidos/Armênia
Estilo: alternative metal/rock

Ganhou popularidade em meio ao movimento “nu metal”, mas seria bobagem dizer que eles fazem parte desse gênero. O System é um caso especial nesta lista, pois, embora tenha poucos álbuns gravados e esteja parado há duas décadas, sua sonoridade extraordinária abalou as estruturas da primeira metade dos anos 2000 e segue causando alvoroço até hoje.

VOLBEAT

País: Dinamarca
Estilo: heavy metal/rock

A mescla de heavy metal com um country rock ao estilo velho-oeste foi altamente inovadora, conseguiu atingir um público amplo e elevou o Volbeat ao calibre de headliner em festivais. Simplesmente impossível passar despercebido pelo som contagiante da banda, ao mesmo tempo clássico e moderno, para ninguém botar defeito.

WITHIN TEMPTATION

País: Holanda
Estilo: symphonic metal/alternative

Um dos pioneiros do symphonic metal com vocais femininos, o Within Temptation passou por uma evolução que tornou sua sonoridade mais moderna, diversificada e empolgante, a partir do final dos anos 2000. Assim, a banda se consolidou como a maior de seu país e foi alçada à posição de headliner em festivais.

Menção honrosa: BEHEMOTH

País: Polônia
Estilo: death/black metal

Quem diria que falar do capiroto e fazer música o mais brutal possível poderia dar certo? Não é comum bandas assim serem co-headliners de grandes festivais (a menos que você seja o Dimmu Borgir), mas o Behemoth é um caso de sucesso improvável, que furou a bolha do metal extremo na década de 2010, tornou se o maior nome desse segmento na atualidade e um titã no cenário metálico como um todo, a despeito de estar na estrada desde a década de 1990.

Outras menções honrosas: Hammerfall, Machine Head, Trivium, Lacuna Coil, Avatar, Five Finger Death Punch, Amorphis, Cradle of Filth, Killswitch Engage, Halestorm, Battle Beast, Jinjer, After Forever, Dragonforce, Architects.

Revelações e apostas para o futuro: Spiritbox, Orbit Culture, Slaughter to Prevail, Beast in Black, Beyond the Black, Sylosis, Lorna Shore, Sleep Token, The Halo Effect, Gatecreeper. Fique de olho.

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