O ardente caso de amor entre a música e cinema é um dos mais duradouros e bem-sucedidos da indústria do entretenimento! Pois é, a 1ª e a 7ª arte são tão felizes em seu romance que chega ser difícil imaginar um sem o outro; essa relação é tão intensa que só de pensar uma projeção sem a interação do som com a imagem gera um grande desconforto e desinteresse na película. Até no cinema mudo, apesar das limitações tecnológicas, o som se fazia presente nas apresentações cinematográficas, com o acompanhamento de músicos ao vivo, proporcionando um melhor entendimento do filme e maior prazer em apreciar a arte.
Com o passar das décadas, as tecnologias foram aprimoradas, novas formas na estruturação das películas foram adotadas para melhor transmitir a mensagem e conceito; o cinema reforçou seu flerte com outras facetas de arte, além de estreitar ainda mais seu velho caso de amor com a música.
Se o romance entre cinema e música já dava o que falar, imagina o que aconteceria se essa relação fosse apimentada com boas doses de rock n’ roll. E foi assim que o caso de amor esquentou de vez! Em 1955, o rock debutou em grande estilo no cinema, já que a canção Rock Around the Clock, do Bill Haley and the Comets, fez parte da trilha sonora do filme Blackboard Jungle, sendo o pontapé inicial do estilo na 7ª arte.
No ano seguinte, Rock Around the Clock, primeiro musical inteiramente dedicado ao rock, chegou ao mercado com a trilha assinada pelo The Platters, Freddie Bell and the Bellboys e o já citado Bill Haley and the Comets. O filme e sua eletrizante trilha sonora trataram de chacoalhar a garotada dos anos 50. Era praxe os jovens serem expulsos dos cinemas por mau comportamento, devido a tamanha excitação e emoção ao assistirem o filme. Alguns teatros/cinemas proibiram, inclusive, a exibição do longa, pois temiam a bagunça da meninada.
Em 1956, o rei do rock, Elvis Presley, começou a dar o ar da graça nas telonas, também. O icônico Love me Tender foi o primeiro dos inúmeros registros do músico no cinema. A telona fora uma das formas mais usadas pelo músico para disseminar sua música pelo mundo.
Tempos depois, muitas bandas aproveitaram a lua de mel entre o rock n’ roll e o cinema, com isso fincaram a bandeira na 7ª arte. Obras como A Hard Day’s Night e Yellow Submarine (Beatles); Tommy e Quadrophenia (The Who); The Wall e Live at Pompeii (Pink Floyd) são alguns dos trabalhos criados nos primeiros anos do caso de amor.