Novos penteados e grandes hits: 5 bandas que mudaram o som nos anos 80

Para o bem ou para o mal, a década de 1980 foi marcante em todos segmentos culturais: cinema, literatura, dança, pintura e, claro, música. Puxando a brasa para o nosso objeto de análise que é a música, os anos 80 foi a época em que o lema sexo, drogas e rock n’ roll ganhou ainda mais importância do que outrora.

Os excessos, fossem comportamentais, visuais e sonoros, eram partes essenciais do dia a dia de qualquer artista ou banda que quisesse se firmar como uma potência em tal época. É óbvio que alguns indivíduos balancearam mal a equação e pesaram a mão no quesito estético, por exemplo, com isso, o que realmente importava, que era a música, ficava em segundo plano.

Como o mercado era radicalmente diferente da década anterior, ou seja, dos anos 1970, muita gente tratou de se adaptar para tirar o maior proveito possível das benesses que estavam a dispor no mercado como clipes na programação do então novato canal de TV, a MTV, contratos milionários e canções na programação das inúmeras FM’s espalhadas pelo planeta.

Conjuntos de rock progressivo deixaram, pois, para trás o virtuosismo desenfreado para dar lugar a um som mais enxuto e açucarado. Outros grupos que eram essencialmente fundados no blues rock também largaram de lado as profundas improvisações para criar uma dinâmica mais simples e radiofônica.

Dito isto, queremos rememorar 5 bandas que mudaram o som nos anos 80 e aproveitaram o “time” para mostrar os novos penteados e grandes hits. Nota: O objetivo não é esgotar o assunto, apenas fazer uma breve reflexão.

Whitesnake

Com humor e sem falsa modéstia, David Coverdale já chegou a afirmar que quanto maior e mais bufante ficava o seu cabelo, mais discos ele vendia. Mas para se firmar como um dos queridinhos dos anos 80, titio Coverdale colocou um ponto final no blues rock de Trouble (1978), Lovehunter (1979) e Ready an’ Willing (1980) e aderiu a doce e inebriante verve oitestista.

Músicas antigas, inclusive, ganharam novas roupagens e videoclipes provocantes com a modelo Tawny Kitaen. David soube jogar o game da indústria fonográfica e faturou alto por tal cartada.

Yes

Quem poderia imaginar que uma banda criadora de obras herméticas e intensas como The Yes Album (1971)
Fragile (1971) e Close to the Edge (1972) poderia dar vida a um álbum como 90125 (1983)?

Pois é, os veteranos Jon Anderson (vocal), Chris Squire (baixo) e Alan White (bateria) conseguiram fazer uma brilhante leitura do espírito do tempo e brindou os fãs com hits como Owner of a Lonely Heart e Changes.

Dessa forma, o Yes se firmou como um dos poucos nomes progressivos a gozar de sucesso comercial na concorrida década de 1980.

Genesis

Outro nome do rock progressivo que fez uma reviravolta em sua essência sonora fora o Genesis! Os tempos fantasiosos repletos de apelos abstratos da era Peter Gabriel já estavam extintos, mas, mesmo assim, a pegada progressiva se mantinha em vigor como em A Trick of the Tail (1976) e …And Then There Were Three (1978).

Mas fora justamente no citado …And Then There Were Three que o trio sentiu o gosto de ter uma canção nas ondas do rádio, que foi Follow You Follow Me. Portanto, para a próxima década, o trabalho era amadurecer ainda mais tal conceito radiofônico, o qual alcançou o ápice em Invisible Touch (1986).

A faixa-título, Land of Confusion, In Too Deep e Throwing It All Away era o Genesis comprovando que dava para ser pop e ainda manter a dignidade.

Heart

As irmãs Wilson também repaginaram o visual e o som, uma vez que deixaram os contornos folk bicho do mato à la Led Zeppelin para trás a fim de abraçar o público jovem e ávido por tudo que pintava na programação da MTV e dos canais novatos VH1 e Much.

O álbum autointitulado do Heart chegou em 1985 e embalado por quatro singles de peso: If Looks Could Kill, What About Love, Nothin’ at All e Never, o que colocou as moças nos primeiros lugares das paradas de sucesso e conquistou o feito de vender mais de cinco milhões de cópias.

Aerosmith

Steven Tyler (vocal), Joe Perry (guitarra) e companhia também trataram de rejuvenescer o produto criado pelo Aerosmith para poder vingar no mercado oitentista. O blues rock ligado no 220 volts estava datado e fora do interesse comercial das gravadoras e mercado consumidor.

E para revitalizar o som, o quinteto usou todos os recursos à disposição: parceria com ‘hitmakers’ como Desmond Child e Jim Vallance, cooperação com a sensação do momento – vide Run-D.M.C. e a amansada no som foram algumas das estratégias usadas pelos caras.

Deu muito certo! O Aerosmith pôde gozar de um sucesso até então inédito amparado por canções do quilate de Love in an Elevator, Janie’s Got a Gun e What It Takes.

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