O mercado fonográfico, muitas vezes representado pelos engravatados sedentos por dinheiro e poder, sempre estão à procura da nova bola da vez para arrebatar o público e, evidentemente, fazer rios de grana. Lá nos idos dos anos 90, a fonte da fortuna era os formatos acústicos, em que as guitarras eram desligadas para que os violões entrassem em cena.
Do hard rock ao grunge, do heavy metal ao country, do classic rock ao blues, boa parte das bandas/artistas queriam ostentar o selo MTV Unplugged em uma obra musical, e abocanhar as benesses que viam a reboque: popularidade, agenda cheia, capa nas principais revistas/editoriais do horizonte musical e, claro, grana, muita grana.
Até Kurt Cobain, que era da turma do contra, da galera que gostava de perambular pelo underground, apesar de seu imenso sucesso comercial bancado, principalmente, pelo icônico Nevermind (1991), cedeu aos caprichos do formato acústico, isto é, deixou a Fender Mustang de lado para empunhar um violão Martin.
O disco acústico do Nirvana foi lançado em 1 de novembro de 1994, cerca de sete meses após a morte de Cobain, portanto, fora um lançamento emblemático aos fãs do grupo e de grunge. O disco chegou como uma singela forma de amenizar o luto que ainda cismava em pairar no ar.
MTV Unplugged in New York foi, de certa forma, o fechamento de ciclo para o público; a derradeira oportunidade de prestigiar uma performance ao vivo inédita do frontman. O repertório da obra pode carecer de muitas pérolas do Nirvana como Smells Like Teen Spirit, Come as You Are, In Bloom e Heart-Shaped Box, mas vibra no mais alto nível de emoção.
Dito isso, Nirvana MTV Unplugged pode não ser o melhor acústico, pois a ‘pole position’ pode ser do KISS, Alice in Chains, Pearl Jam, Eric Clapton, entre outros, mas é o mais emblemático, sem dúvida alguma.