Nesta segunda-feira (03) estreou mais um episódio de Lugar de Sonho, podcast narrativo de Nando Reis, lançado como parte das comemorações de seus 60 anos. No capítulo, o artista trata da sua relação com os Titãs, relatando vários dos episódios que viveu ao lado da banda – momentos bons e também conflituosos, que acabaram por influenciar na sua saída depois de mais de 20 anos de parceria.
Ao longo do episódio, Nando faz uso de uma linha temporal para falar dos altos e baixos da banda. “Na minha cabeça, a gênese e a definição dos Titãs como identidade musical se deu nos primeiros 10 anos, enquanto o Arnaldo estava lá. Os 10 anos subsequentes, que incluem o ‘Acústico [MTV]’, são consequências disso. Eu trato deles como um produto correlato daquilo que nós criamos antes”, afirma.
Segundo Nando, o “Acústico” está no imaginário das pessoas como o apogeu dos Titãs e, ainda que discorde da opinião, reconhece que o disco foi ímpar para o sucesso e ganho de popularidade da banda. Ele relembra de como a vida se tornou frenética durante a turnê do álbum, e de como os 200 shows ao ano e a falta de rotina acabaram por levá-lo a uma vida de excessos, de abuso de drogas, inclusive.
“Eu vivi a infância e a adolescência aos 30 anos de idade. Eu faço essa relação. Eu deslumbrei, fiquei bobo, fiz um monte de bobagem”, confessa. Para o artista, muitas das decisões tomadas naquela época pela banda foram equivocadas. “Fomos gananciosos, preferimos o sucesso.”
A amizade com Marcelo Fromer, membro da banda morto depois de sofrer um atropelamento em 2001, também é um dos temas abordados por Nando neste episódio. “A tragédia não terminou aí porque o Marcelo morreu em junho e a Cássia [Eller] morreu em dezembro do mesmo ano. No espaço de seis meses, eu perdi o meu melhor amigo e minha melhor amiga. Foi uma bomba na minha vida. Eu posso dizer que todas as decisões que eu tomei a partir daí, as mais drásticas, como a saída dos Titãs e também me separar, estão relacionadas a esses dois eventos”, conta.
A série Lugar de Sonho foi gravada em Jaú, no interior de São Paulo, numa fazenda que pertence à família de Nando há gerações e onde ele passou parte da pandemia com seus filhos, servindo como ponte entre passado e presente. As lembranças de Nando são costuradas por gravações de entrevistas e material de seu arquivo pessoal inédito para o público.
Confira abaixo: