Desde os primeiros compartilhamentos de arquivos digitais, a indústria musical mudou bastante a ponto de colocar as mídias físicas em certo perigo de sobrevivência. CD e vinil, por exemplo, são produtos focados aos colecionadores, os quais não são tão numerosos para fazer um mercado inteiro se mover.
Com a faca no pescoço, muitas bandas e artistas precisam ceder aos caprichos das plataformas de streaming para alcançar mais pessoas com suas artes. É um realidade desafiadora, a qual precisa de bastante ponderação para não dar um passo em falso.
Em recente entrevista ao canal Heavy Metal Perú, Blackie Lawless (W.A.S.P.) lamentou o fato da música ter se tornado um produto descartável. Ele também fez um contraponto sobre como era o mercado anos atrás.
“A música se tornou descartável! A música não é mais o que era anos atrás. Anos atrás, se você quisesse um disco, tinha que trabalhar, economizar dinheiro e depois comprar o disco. Hoje, os fãs não fazem isso. A música é como entrar na cozinha e abrir a torneira da pia. Está lá o tempo todo”.
Lawless continuou: “Isso é triste, porque não se valoriza a música. O artista troca seu trabalho pelo trabalho dos fãs. Era assim que costumava ser. E isso não existe mais porque, como eu disse, o valor que se dá à música, vindo do público, não é mais como se costumava ser. Isso mudou tremendamente a indústria musical”.
“Agora, sob a perspectiva dos shows ao vivo, felizmente isso não mudou. Se isso tivesse mudado, não estaríamos falando agora; a cena teria acabado para todo mundo. Mas, felizmente, ainda temos os shows ao vivo. Mas, quanto à música em si, ela não tem mais o valor que teve antes, e isso me deixa triste”, finalizou Blackie.
Eis o breve bate-papo na íntegra aqui: