Morrissey detona a hipocrisia das homenagens a Sinéad O’ Connor: “Nunca foi elogiada e apoiada quando viva”

A cantora irlandesa Sinéad O’Connor morreu nesta terça-feira aos 56 anos, e inúmeras homenagens de artistas e membros do cena musical surgiram na web. No entanto, o ex-vocalista do The Smiths, Morrissey, detonou a hipocrisia dos tributos a Sinéad O’ Connor. Segundo o cantor, Connor nunca foi elogiada e apoiada quando viva.

Em texto publicado em seu site, Morrissey disse: ““Ela tinha tanto ‘eu’ para dar, mas foi dispensada pela gravadora depois de vender 7 milhões de álbuns. Há um certo ódio na indústria da música por cantores que não ‘se encaixam’ (isso eu sei muito bem), e eles nunca são elogiados até a morte.

O cercadinho cruel da fama jorra elogios para Sinead hoje, com os rótulos idiotas de “ícone” e “lenda”. Você a elogia agora porque é tarde demais. Você não teve coragem de apoiá-la quando ela estava viva e procurando por você. A imprensa rotula os artistas de pestes por causa do que eles escondem; chamaram Sinéad de triste, gorda, chocante e louca, mas não hoje.

CEOs da música, que colocaram seu sorriso mais charmoso ao dispensá-la, estão fazendo fila para chamá-la de “ícone feminista”. Celebridades de 15 minutos, duendes do inferno e gravadoras estão se espremendo no Twitter para mostrar seus falsos tributos.

Ela foi assediada simplesmente por ser ela mesma. Seus olhos finalmente se fecharam em busca de uma alma que ela pudesse chamar de sua. Amanhã, os almofadinhas bajuladores voltarão para suas postagens de merda online, para sua acolhedora cultura do câncer e para sua suposta superioridade moral. Sinéad não precisa de sua poça estéril”.

A irlandesa ganhou fama em todo o mundo em 1990, com a música Nothing Compares 2 U. Ao todo, a artista lançou 10 álbuns de estúdio, o mais recente é I’m Not Bossy, I’m the Boss, de 2014.

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