O vocalista do Helloween, Michael Kiske, em entrevista ao site espanhol Metal Journal, abriu o jogo e afirmou que se arrepende de ter usado linhas vocais pré-gravadas no show de estreia da Pumpkins United World Tour, em Monterrey, no México.
No bate-papo, Kiske explicou e ressaltou que decidiu usar o artifício por conta de problemas de saúde que enfrentava na época da apresentação, com isso, poderia prejudicar a realização e qualidade do show do grupo.
Confira logo abaixo um trecho da entrevista do vocalista Michael Kiske:
“Eu nunca tinha feito algo assim e nunca mais farei isso, no entanto, foi uma situação em que o empresário e a banda queriam que eu fizesse. Foi uma fase bem difícil. Eu estava muito desesperado, você não pode imaginar. Você faz essa reunião depois de 23 anos, vende todos os ingressos dos shows agendados, ou seja, tudo está perfeito. Daí, você aparece com uma infecção nas cordas vocais e não consegue cantar. Foi uma prova bem difícil.
Eu soube mais tarde por que isso aconteceu. Pode parecer um pouco estranho, mas eu estava buscando minha orientação espiritual, e eu tento ser perfeito, quero ser perfeito no que estou fazendo, mas precisava aprender que isso não é possível. O fracasso faz parte da humanidade. Foi uma lição muito difícil, mas eu estava em uma situação que não sentia segurança em fazer o show. Eu queria cancelar. Entendo que não queríamos começar essa turnê com cancelamentos e tal, com isso tivemos que tomar essa decisão. Entretanto, se eu voltar a pegar um vírus como esse de novo e não estiver melhorando, vou para casa.
Mas foi muito ruim. Eu não deveria ter feito isso. Além disso, eu comecei a mancar. Quatro semanas depois do início da turnê, eu só conseguia subir no palco depois de tomar duas taças de vinho e analgésicos. Eu estava à base de ibuprofeno [anti-inflamatório]. Depois da turnê, em 2019, eu tive um problema na garganta, perto da tireoide, então, fui obrigado a passar por cirurgia. Foi muito arriscado, porque o corte da operação foi na área onde fica o nervo das cordas vocais. O médico disse: ‘se eu cortar errado, você não vai mais cantar’. Ou seja, não foi uma experiência agradável.
Não era câncer ou algo assim, mas acho que foi o resultado de eu não ter feito uma pausa, de ter feito aquela turnê doente. Lembro de ter ido para a Espanha, onde fizemos um show e fora uma tortura para o meu corpo. Então, eles [produção da banda] disseram: ‘temos uma gravação do show anterior e dos ensaios que fizemos. Você canta, no entanto, se acharmos que você fez alguma besteira, a gente entra com a gravação’. Eu nunca tinha feito isso antes, e é claro que ia dar errado, não estou acostumado a fazer esse tipo de coisas.
Quando você faz um ‘playback’, tem que estar em sincronia com a gravação, e eu não estava. Colocava o microfone para o público, mas a minha voz saía no PA. Mas eu não me importo, já que não tinha escolha. A outra opção era cancelar o show, no entanto, a banda não queria isso. Isso não vai acontecer de novo. Da próxima vez, eu vou para casa quando eu estiver doente assim”.
A entrevista completa (em espanhol) pode ser conferida aqui.
O novo álbum do Helloween, que é autointitulado, será lançado no dia 18 de junho via Nuclear Blast. O trabalho estará disponível em 2CD – digibook, 1CD – jewelcase, 3LP – vinil holográfico em três capas, 2LP – vinil em gatefold (imagem em vinil + diversas cores), 2LP/2CD – earbook edition, 2LP/2CD – deluxe boxset (vinil preto e vinil splatter), fita-cassete e digital.
Tracklist de Helloween:
01. Out For The Glory
02. Fear Of The Fallen
03. Best Time
04. Mass Pollution
05. Angels
06. Rise Without Chains
07. Indestructible
08. Robot King
09. Cyanide
10. Down In The Dumps
11. Orbit
12. Skyfall
Faixas Bônus do Mediabook & Vinil:
01. Golden Times
02. Save My Hide
Ele é o Kiske, está tudo bem.