O álbum homônimo do Metallica é um dos discos mais controversos da história do rock e do metal. O quinto álbum da banda fez uma ponte entre suas raízes thrash e suas influências mais blues, atraindo assim um público muito maior do que seus álbuns anteriores.
Conhecido como The Black Album, o disco lançou vários sucessos e, por fim, deu a eles a exposição no rádio de que precisavam para se tornar uma banda de estádio. Todo mundo já ouviu “Enter Sandman”, seja em um bar ou em um evento esportivo, e também “Sad But True”, “The Unforgiven”, “Nothing Else Matters”, entre outras.
Quer o álbum tenha feito você amar a banda ou feito você começar a chamá-los de “vendidos”, será para sempre uma peça importante da história da música que inspirou muitas gerações de bandas nos anos após seu lançamento.
Abaixo estão os oito fatos, listados pelo site Loudwire, que os superfãs provavelmente já sabem, mas muita gente talvez ainda não.
1. Eles quase não tiveram exposição no rádio antes de seu lançamento.
O Metallica tinha saído do underground com seus álbuns anteriores, mas eles ainda não tinham muita exposição no rádio. “Eles ainda só tocavam em 10 estações de rádio na América”, disse Cliff Bernstein, do Q-Prime, à Classic Rock em 2016.
2. Bob Rock foi recrutado por causa do sucesso de Dr. Feelgood.
Bob Rock era conhecido por trabalhar em álbuns que impulsionaram bandas para um grande sucesso – ele produziu o salvador da carreira do Motley Crue, Dr. Feelgood, projetou o verdadeiro álbum de retorno do Aerosmith, Permanent Vacation, e mixou o enorme sucesso Slippery When Wet, do Bon Jovi.
“Sentimos que era hora de fazer um álbum com um som de baixo bem grande”, disse Lars Ulrich ao escritor Mick Wall. “E o álbum com melhor som nos últimos anos foi Dr. Feelgood. Então dissemos ao nosso empresário: ‘Ligue para esse cara e veja se ele quer mixar o álbum'”.
“Queríamos criar um álbum diferente e oferecer algo novo ao nosso público”, acrescentou Kirk Hammett. “Eu odeio quando as bandas param de se arriscar. Muitas bandas lançaram o mesmo álbum três ou quatro vezes, e não queríamos cair nessa rotina.”
3. Bob Rock teve que escolher entre trabalhar com o Metallica e Richie Sambora, do Bon Jovi.
Rock tinha uma amizade com o guitarrista Richie Sambora, que abordou o produtor sobre fazer um álbum solo na mesma época que o Metallica queria fazer o Black Album.
Ele tirou férias com sua família para refletir sobre a decisão e passou por um garoto americano vestindo uma camiseta do Metallica na beira da estrada. “Eram sinais que eu não podia ignorar”, explicou ele à Classic Rock. Mas ele queria produzir o álbum, não mixá-lo.
4. James Hetfield intencionalmente fez as músicas mais introspectivas.
A maioria das músicas anteriores do Metallica foram inspiradas por eventos ocorridos no mundo ao redor de James Hetfield – não pelo que estava acontecendo em seu próprio mundo. Ele sabia que as músicas alcançariam um público mais universal se as letras fossem introspectivas.
“Ficou um pouco mais fácil continuar escrevendo letras como justiça… merda”, ele confessou à Classic Rock. “É muito fácil assistir ao noticiário e escrever uma música sobre o que você viu. Escrever coisas de dentro é muito mais difícil do que escrever sobre a política, mas uma vez que sai, é muito mais fácil colocar peso nela, especialmente ao vivo.”
5. Lars Ulrich não tinha ideia de quem era o “Sandman”.
Lars Ulrich admitiu ao Wall que não tinha ideia do que o título da música “Enter Sandman” significava. “Eu sendo criado na Dinamarca e não sabendo muito sobre essa merda, não entendi. Então James me deu uma pista”, explicou. “Aparentemente, o Sandman é como um vilão infantil. O Sandman vem e esfrega areia nos seus olhos se você não dormir à noite. Portanto, é uma fábula. James deu a isso uma bela reviravolta.”
6. “Nothing Else Matters” quase não foi incluída.
Hetfield descreveu “Nothing Else Matters” como sendo sobre a vida na estrada durante uma turnê e a saudade de casa. A música era bem pessoal e, estilisticamente, muito diferente das outras músicas do Metallica, já que era uma balada. Mas assim que ela foi apresentada aos outros membros da banda, eles tomaram a decisão de incluí-la.
7. Tem várias relações com a Bandeira de Gadsden.
A cascavel enrolada retratada na capa do álbum, assim como o título da música “Don’t Tread on Me”, ambos vieram da Bandeira de Gadsden [bandeira símbolo da revolução americana no século 18]. A letra da música também contém referências à Revolução Americana como “Liberdade ou morte / O que saudamos com tanto orgulho”.
8. Passou um total de 10 anos na Billboard’s 200.
Em dezembro de 2019, o Black Album se tornou o quarto álbum da história americana a ficar mais de 550 semanas na Billboard’s 200. Só atrás de The Dark Side of the Moon (Pink Floyd), Legend (Bob Marley and the Wailers) e Greatest Hits (Journey). Até neste mês de agosto (2020), o disco estava na parada há 580 semanas.
Com todo essas curiosidades e em comemoração aos 29 anos do Black Album, a nossa sugestão é que você o curta agora mesmo em alto e bom som!