O Iron Maiden lançou seu álbum de estreia, que é autointitulado, em 14 de abril de 1980; o disco, composto por oito canções, tem no repertório temas considerados verdadeiros clássicos do heavy metal como Running Free, Phantom of the Opera e a faixa-título.
Todavia, apesar do bacana material, a produção do álbum, que estava sob a tutela de Will Malone (Black Sabbath, The Verve, Massive Attack e Depeche Mode), ficou aquém do resultado esperado e desejado por Steve Harris – líder e baixista – e o resto do grupo.
O trabalho de Mallone não enalteceu os predicados das canções; na verdade, o trampo de Will deixou as músicas sem peso e sustância, algo que sempre incomodou os músicos. Contudo, principalmente na época em que o álbum fora lançado, a Donzela de Ferro descontava a frustração da rala sonoridade do debute pesando a mãos nas apresentações ao vivo.
Em 1981, com a máquina Maiden já a todo vapor, Harris tinha a plena consciência de que o erro de outrora não poderia ser repetido, isso poderia custar a continuidade e a vida da banda. Com muito em jogo, os membros do conjunto, em comunhão com o setor burocrático composto pelo empresário Rod Smallwood e pela gravadora EMI, tomaram a sábia decisão de incorporar ao time o renomado produtor Martin Birch.
Naquela época, Martin já era uma figura tarimbada da cena rock n’ roll e heavy metal; o profissional havia assinado seu nome – como produtor e ou engenheiro de som – em trabalhos do quilate de Machine Head (Deep Purple), Made in Japan (Deep Purple), Stormbringer (Deep Purple), Ritchie Blackmore’s Rainbow (Rainbow), Rising (Rainbow), Long Live Rock ‘n’ Roll (Rainbow) e Lovehunter (Whitesnake), ou seja, era o cara certo para o job, pois entendia do riscado.
O guitarrista Dave Murray, em entrevista à revista Classic Rock, afirmou: “Nós tivemos muita sorte de ter ele [Martin Birch]. Ele recusou trabalhar com várias bandas grandes só para nos ajudar, pois ele acreditava que nós tínhamos algo que poderia ser colocado para fora. Então, ele escolheu nos ajudar”.
Birch fora de fato uma das peças fundamentais para o sucesso da banda na década de 1980. O produtor ajudou o Iron a ajustar seus ponteiros: dosar a mão na virtuosidade, tirar maior proveito do talento nato do vocalista Bruce Dickinson, conceder um som pesado e quentes aos álbuns, entre muitas outras bem-vindas colaborações.
Dito isso, não é nenhum exagero ou disparate afirmar que Martin Birch era o sexto membro do Iron Maiden nos anos 80. Por isso, é um nome que deve ser lembrado e prestigiado por todo e qualquer fã de heavy metal.