Motörhead era uma banda praticamente impossível de ser rotulada ou marcada por este ou aquele estilo musical. O grupo era essencialmente pesado para ser taxado rock n’ roll/classic rock, muito despojado para levar a insígnia do heavy metal e muito bem elaborado para ser colocado no cesto do punk rock.
Dessa forma, Motörhead era sobretudo o Motörhead: uma banda com som próprio, DNA sonoro ímpar e de ímpeto destemido. A banda, que era encabeçada pelo saudoso e maior semideus do velho oeste, Lemmy Kilmister, fundamentou uma carreira pautada pelo não rendimento às efemeridades do mercado.
Lemmy e Cia viram passar diante seus olhos estilos como glam rock, hair metal, grunge e nu metal, entretanto, jamais se abalaram, tampouco resolveram seguir os ventos que estavam soprando na cena pesada.
A pretensão sempre fora a mesma: fazer música simples, pesada e repleta de identidade, logo, colocaram na praça materiais do quilate de Overkill (1979), Bomber (1979), Ace of Spades (1980), Iron Fist (1982) e Sacrifice (1995).
A mídia ao redor do globo e os fãs sempre deram carinho especial ao mega clássico Ace of Spades, por exemplo; principalmente pela faixa-título, que é um hino capaz de ressuscitar qualquer indivíduo do mais puro desânimo e apatia.
Entretanto, o disco é muito mais do que a tal faixa: é um álbum que oferece uma ampla variedade de opções de diversão ao ouvinte. O único trabalho do fã é colocar o Ace of Spades no tocador e mergulhar fundo em seu repertório.
Deste modo, queremos destacar outros 5 sons do álbum que valem aumentar o volume até o onze e abalar as estruturas da casa.
1. Live to Win
A canção começa com um riff de baixo coberto de puro groove, além disso, os solos de guitarra pentatônicos provam o quão os recursos técnicos relativamente simples, mas nas mãos certas, se tornam uma joia de brilho eterno.
2. Shoot You In The Back
Econômica, com menos de três minutos de duração, mas repleta de muito poderio sonoro, Shoot You In The Back vem amparada por um tema de guitarra simples e para lá de eficiente. O uso e a mescla com o efeito wah deixa tudo ainda mais saboroso.
3. Dance
A música é o testemunho de que não precisa ser catedrático ou hedonista musical para soar de forma genial. Menos de dois minutos de som, mas com diversão para uma vida toda.
4. (We Are) The Road Crew
Locomotiva desgovernada, praticamente imparável, que vai atropelar e ou estraçalhar quem se atrever a prostrar em seu caminho. Portanto, o jeito é embarcar na estação mais próxima e deixar que o som se encarregue do resto.
5. The Chase Is Better Than The Catch
Protetores auriculares/auditivos não vão te salvar da hecatombe sonora promovida pela arrasa quarteirão The Chase Is Better Than The Catch. Riff marcadão, bends caprichados e refrão melodioso são alguns dos atributos do som.