Brasil, terra da bossa nova, choro, baião, frevo e maracatu! Bem, isso é um fato irrefutável e motivo de grande orgulho para o povo, contudo, é preciso adicionar ao caldo cultural brasileiro o heavy metal, que tem formas, características e temperos próprios, sendo assim, se distingue de maneira conveniente do som praticado na Europa e Estados Unidos, por exemplo.
Um dos responsáveis pela edificação, ascensão, amadurecimento e disseminação do metal brazuca fora o saudoso vocalista Andre Matos. O cantor, ligado ao rock desde criança, canalizou sua energia, aspirações, intelecto e criatividade em prol da música.
Uns diriam que Andre era um gênio precoce, pois em tenra idade já se mostrava um grande criador de sucessos, o que é facilmente percebido, pois, em suas primeiras experiências em estúdio: Soldiers of Sunrise (1987) e Theatre of Fate (1989), do Viper.
Ao longo dos anos, Matos conduziu sua carreira por caminhos impensáveis e incogitáveis pela grande maioria dos músicos, já que demandariam uma entrega profunda, íntima relação com os estudos e livros e uma recusa às efemeridades que o mundo artístico proporciona ao indivíduo.
Um acontecimento que corrobora para ratificação das linhas anteriores fora seu curso de composição e regência na Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo. Esta é a linhagem de Andre, que ainda arrematava sua personalidade com boas doses de simplicidade e tranquilidade.
Alguns Joselitos de plantão poderão vociferar que é um modo muito romântico de o representar, pois o músico não é um semideus infalível e impecável. Não, ele não era um ser santificado e imaculado. Ele era incrível exatamente por se apresentar como um ser pertencente ao todo; nem mais, nem menos, o que é uma característica do humilde. Além disso, Matos era um homem sem máscaras.
Sempre solícito e educado com os profissionais de imprensa, ter a tarefa de entrevistá-lo era a certeza de um bate-papo amistoso, leve e agradável. Bem diferente da árdua e intolerável atividade de conversar com alguns de seus ex-parceiros de trabalho.
Dizem que escrever é encher de vida o papel – neste caso é encher de vida o nem sempre benfazejo e positivo ambiente virtual. E esse foi o teor da vida e obra de Andre Coelho Matos: Encher de vida a cultura do Brasil, e a sua prematura morte é uma ferida incurável na arte brasileira.
A morte do Mattos foi muito dura e eu fiquei triste demais, uma parte das memórias da adolescência parece que morreu junto. Mas é preciso ter uma noção real do alcance e importância em nível mundial. O Angra e o André nunca foram esse sucesso todo, além do nicho metal no Brasil. Eles tem (ou tiveram) uma certa popularidade no Japão, França, Argentina, mas também foi apenas um nicho nesses países. O grupo que colocou de fato, o nome Brasil no metrô Mundial foi o Sepultura, e o André/Angra/Shaman, nunca chegaram nem perto do nível que o Sepultura alcançou. Não é que os feitos do André/Angra não sejam dignos de aplausos, mas a visão que o headbanger brasileiro tem do tamanho do Angra verso, não bate com esse tamanho na realidade.
Não é nem uma questão de alcance mundial, do Angra ser maior/menor que o Sepultura – me referindo a fase Matos, que pra mim foi incontestavelmente, o ápice da banda, levando em consideração a época, a falta de estrutura no cenário do estilo, etc). Acredito, que contribuições à parte que o Angra/Matos tiveram no metal mundial, essencialmente no Brasil, eles foram de notável importância, e Andre Matos, foi diferenciado nessa quesito e mais, foi diferenciado em toda a sua carreira, influenciando outros que viriam depois. Andre Matos foi gênio. Daqueles que não se substitui…
Discordo completamente, primeiro que Sepultura não é , nunca foi e nunca vai ser heavy metal e sim trash metal… A prova do sucesso e superioridade do Angra está nas parcerias que o Andre fez com Avantasia, Timo Tolkki, Helloween, etc….. e a contratação do guitarrista Kiko Loureiro pelo Megadeth. E o Sepultura???
Ele foi o melhor de todos os tempos no Brasil. Sempre fui fã.