Lars Ulrich (Metallica): “Ainda não sentimos que pertencemos, não importa o quão bem-sucedidos sejamos”

Durante entrevista para o podcast Conan O’Brien Needs A Friend, o baterista do Metallica, Lars Ulrich, falou sobre como ele e seus companheiros de banda levaram os sons underground retorcidos do thrash metal para o mainstream no final dos anos 80.

Ele disse (via Blabbermouth): “Naquela época, o negócio da música era muito estereotipado, ‘É assim que você deve fazer’. Você assina com uma gravadora, ganha uma boa grana e então você faz um disco nos termos deles, pela fórmula e diretiva deles, e então eles te promovem como querem te promover, e blá blá blá blá blá. E, claro, não estávamos interessados nisso, não estávamos acreditando nisso, não pensávamos que nada disso seria uma possibilidade, então começamos a fazer nossas próprias coisas, gravando algumas fitas e enviando-as para pessoas na Europa. E muito lentamente começamos a perceber que havia muito mais pessoas com ideias semelhantes, fãs de música como nós, que não queriam que sua música fosse daquela fórmula mainstream que a gravadora oferecia”.

E continuou: “Eu já disse isso antes – é a mesma coisa como se você fosse a um restaurante e eles lhe dessem um cardápio e dissessem: ‘O que você gostaria?’ Mas ainda está limitado ao que está no menu. E então percebemos que muitos fãs de música queriam algo que não estava no menu na época, queriam um rock mais ousado e com uma estética, linguagem e cultura diferentes. E lentamente, quando começamos a fazer discos e tocar em toda a Europa e em toda a América, esse número cresceu a um ponto em que todos nos tornamos o mainstream”.

“Esse foi o mindfuck louco que ninguém poderia prever que iria acontecer”, Lars acrescentou. “Não é que todas as bandas que eram ousadas se moveram em direção ao mainstream; o mainstream que mudou para onde estavam todas as bandas ousadas. E 10 ou 20 anos depois, todas essas coisas malucas que todo mundo estava fazendo se tornaram o mainstream. E eu ainda luto um pouco contra isso. Com toda a seriedade, eu ainda tenho dificuldade… sempre sinto como se fôssemos estranhos, porque foi assim que crescemos. Então, quando todas essas grandes coisas estão acontecendo, tudo ainda parece momentâneo ou alguém vai [dizer]: ‘Ok, agora abra espaço para os caras de verdade que vão entrar e fazer isso corretamente’ ou o que seja. E então há um pouco de ‘que merda’. Ainda não sentimos que pertencemos, não importa o quão bem-sucedidos sejamos”.

O Metallica lançou seu novo álbum, 72 Seasons, no dia 14 de abril via Blackened Recordings, própria gravadora da banda. O trabalho foi produzido por Greg Fidelman com o vocalista/guitarrista James Hetfield e o baterista Lars Ulrich e é o primeiro com material inédito desde Hardwired…To Self-Destruct, de 2016.

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