Se o rock n’ roll tivesse um manual de segurança, o eterno spaceman Ace Frehley com certeza jamais o teria lido. De guitarras disparando foguetes que quase queimaram o linguarudo Gene Simmons a incidentes com descarga elétrica que chegaram perto de um desastre fatal, as palhaçadas do ex-guitarrista solo do KISS no palco muitas vezes pareciam mais cenas de um filme de ação do que momentos de um show de rock.
Em recente entrevista ao MusicRadar, Frehley relembrou que sua famosa guitarra que disparava foguetes tinha uma tendência a sair do roteiro.
“Eu disparei um desses foguetes em Gene e quase o atingiu”, lembrou o músico aos risos. “Passou bem perto da cabeça dele. Teria queimado bastante”, enfatizou.
Infelizmente para Frehley, os aparatos de segurança nem sempre deram conta de livrar o músico de certos problemas.
“Eu queimei minha perna feio uma vez nos anos 70, cara. Uma bomba de fumaça pegou fogo muito cedo dentro da guitarra e derreteu o amianto – do qual nossas fantasias eram feitas – na minha coxa.”
Dito isso, nada superou a noite de 1976 quando o guitarrista foi eletrocutado no meio de um show em Lakeland, Flórida, Estados Unidos. Um problema de aterramento deixou um corrimão de escada energizado, e o incidente quase o matou.
“Eu deveria morrer naquela noite”, ele admitiu. “O fato de eu ter sido eletrocutado e não ter caído foi uma dádiva de Deus. Os anjos devem ter me empurrando para trás. Eu estava em cima de quatro gabinetes Marshall em uma escada quando levei o choque. Eu tinha uma Les Paul pesada em volta do meu pescoço, e meu corpo deveria ter caído para frente – mas não caí”.
“Se eu tivesse caído para frente, teria quebrado meu pescoço”, contou Frehley. “Mas eu caí para trás, e a equipe de turnê me arrastou para fora da escada. Não senti nada nas mãos por cinco a dez minutos”.
Incrivelmente, ele continuou e terminou o show. “Mas talvez eu tivesse sensibilidade em metade dos meus dedos quando terminou. Foi uma loucura, cara, mas eu consegui Shock Me [a música com a qual Frehley fez sua estreia como vocalista em Love Gun, de 1977] com isso. Então, acho que não foi tudo em vão”.
