Há mais de cinquenta anos – de meados da década de 1950 para cá, na verdade -, o rock n’ roll vem trocando figurinha com os solos de guitarra. Desde então, o rock e os seus mais diversos descendentes têm outorgado aos solos nas seis cordas protagonismo igual, quiçá, maior da dos refrãos.
É uma união perfeita entre meio e mensagem, aliada, sobretudo, a uma notável vontade dos músicos em se mostrarem virtuosos e com senso melódico muito além da curva, o que é algo pertinente e faz parte do jogo.
O boom dos solos de guitarra aconteceu na década de 1980. Na época, era mais do que corriqueiro rolar rivalidade para ver quem atraía mais a atenção dos fãs por meios das peripécias no instrumento.
De Randy Rhoads a Eddie Van Halen, de George Lynch a Steve Vai, de John Sykes aos veteranos ícones do mercado guitarrístico como Tony Iommi, Peter Frampton e Gary Moore. Todo mundo queria “enfeitar” seus discos e canções com os mais belos solos.
A dupla que conseguiu tal façanha ao longo de todo período oitentista fora Dave Murray e Adrian Smith, que são, até os dias de hoje, os dois ases de espada do Iron Maiden.
Se Steve Harris é o cérebro, a mente criativa da banda; Dave e Adrian tomam a posição de coração, já que o trabalho dos caras tem sido mais do que fundamental para edificação do império Maiden.
À vista disso, queremos, como uma forma simples de celebração, trazer um holofote especial a 6 solos de guitarra matadores de The Number Of The Beast, que é o terceiro álbum de estúdio da Donzela de Ferro e um dos principais trabalhos da história do metal.
1 – Run To The Hills
A canção é acelerada, frenética, logo, um solo em sintonia com tal vibração seria mais do que apropriado. Murray esbanjou bends parrudos e ligados ágeis para compor sua peça de vinte segundos.
2 – Children Of The Damned
Antes que alguém encrenque com Dave e o acuse de só sacar frases rápidas de sua Fender, o músico nos brinda com um belo e contemplativo solo no comecinho da “semi-balada”.
3 – The Prisoner
E calma lá que Smith não fica devendo em nada a seu parceiro de trabalho, visto que sua ‘vibe blueseira’ e os arpejos escolhidos a dedo dão uma dimensão ainda mais profunda ao som da banda.
4 – 22 Acacia Avenue
Neste caso, os solos da dupla não obedecem de imediato ao esquema pergunta e resposta, já que há versos entre as melodias. Porém, é sensacional curtir a identidade sonora de cada um dos guitarristas: Dave com seus bends e vibratos e Adrian com seus double stops.
5 – The Number Of The Beast
O diálogo guitarrístico também come solto em The Number e a sensação de que o tinhoso está rondando o ouvinte em toda canção é de gelar a espinha. Murray chega cheio de hammer-ons e pull-offs; já Smith mostra que tríades são uma carta na manga para todo guitarrista.
6 – Hallowed Be Thy Name
Toda grande peça musical necessita de um grand finale, pois aqui é com a imponente “Santificado Seja o Vosso Nome”. Dave e Adrian provam que não necessitam de modos mirabolantes para criar licks sensacionais, basta a boa e velha pentatônica e muita criatividade.