“Voltei para o Iron Maiden para sermos a maior banda de heavy metal do mundo, novamente! A minha volta não tem nada a ver com dinheiro, pois já tenho o suficiente”, disse Bruce Dickinson logo quando saiu a notícia de sua volta à Donzela de Ferro.
Quando as motivações são genuínas e baseadas no puro sentimento de querer fazer dar certo determinado projeto ou trabalho e dar o seu melhor, a tendência é que esse empreendimento alcance um sucesso estrondoso e, consequentemente, gere um bocado de grana. Parece contraditório, mas esse é um dos caprichos que a vida nos impõe.
Um dos exemplos que ilustra muito bem a colocação acima é a volta de Bruce Dickinson e Adrian Smith ao Maiden e o fruto dessa nova parceria fora o Brave New World; décimo segundo álbum de estúdio da banda britânica.
O motor propulsor do Iron Maiden no comecinho do século 21 foi, claramente, a vontade de voltar ao topo da escala hierárquica do metal, dar vazão ao imenso fluxo criativo dos músicos e o bem-vindo desejo de querer superar os próprio limites. Além disso, Steve e companhia queriam provar que um novo disco poderia, no mínimo, se equiparar aos clássicos de outrora.
Com a energia e ânimos renovados e aliados a doses cavalares de confiança, o poder de fogo do Maiden foi elevado a enésima potência, o que pode ser facilmente percebido numa audição despretensiosa de Brave New World.
Para compreendermos com mais intensidade alguns dos muitos pormenores do álbum, resolvemos selecionar 5 destaques preciosos que merecem uma atenção especial dos fãs.
1. The Wicker Man
É impossível falar de Brave New World e não citar o riff inicial da canção! Tecnicamente é simples, o que motiva a famigerada frase: Por que não pensei nisso antes? Bem, devaneios à parte, é da simplicidade que vem, em muitas das vezes, a genialidade. O riff de The Wicker Man é um belo exemplo disso.
2. Blood Brothers
Muitos fãs criticam o playing e performance de Janick Gers, contudo, em Blood Brothers, o guitarrista concebeu uma obra-prima no solo final da canção. Notas escolhidas a dedo e uma interpretação impecável do músico.
3. Sabor progressivo
Nunca foi segredo que algumas das maiores influências do Iron reside na seara progressiva como Jethro Tull e Genesis. Em Brave New World é possível perceber um acentuado flerte com o intrincado estilo musical em Dream of Mirrors e The Nomad, por exemplo.
4. Os três mosqueteiros
Na época em que o álbum saiu, Steve Harris falou de forma clara e direta que sempre quis ter três guitarristas no grupo. Bem, o sonho do Big Boss foi realizado! E não precisa de muito esforço, tampouco ouvido absoluto para captar as nuances e timbre dos três guitarristas. Curtir o som do grupo e observar os arranjos de guitarra é um exercício bacana e garante boas horas de aprendizagem.
5. Conteúdo lírico
O Iron nunca escreveu letras tolas e infantis; falar sobre futilidade é a especialidade de bandas como Mötley Crüe e Poison. Mesmo com o já alto padrão lírico estabelecido, o grupo conseguiu avançar e trouxe letras profundas sobre um mundo distópico e estéril. Time perfeito para o mundo tecnológico e zumbificado que já estava se mostrando em tal época.
Um dos melhores discos dos caras, bons tempos!!!! Valeu Maiden