Unanimidade é algo que simplesmente não faz parte de um planeta como o nosso, que é essencialmente composto pelo duo de provas e expiações! Seja em opiniões, julgamentos, ideias, criações, produtos, serviços, etc, tudo está em constante processo de desenvolvimento, inclusive nós como indivíduos, portanto, estamos sujeitos a enganos, erros, omissões e toda sorte de falhas e tropeços ao longo de tal doloroso e necessário curso.
Nem mesmo os músicos que mais admiramos, aqueles que nos acompanham por boa parte da vida, detêm o poder da universalidade, do absoluto. São falíveis e, às vezes, escorregam feio nas cascas de bananas que se prostram em seus caminhos, e os resultados podem ser notados, por exemplo, em álbuns, músicas, turnês e shows desastrosos.
E está tudo bem, é parte do jogo, a nossa proposta não é promover uma inquisição aos moldes contemporâneos e condenar perpetuamente os nossos heróis da música por conta de seus deslizes, tampouco conduzi-los a uma via-crúcis, cujo o desenrolar da história é o arrebatamento da carreira.
Longe disso! Queremos mostrar que até um cara de alto padrão criativo e produtivo como o big boss do Iron Maiden, Steve Harris, tem suas cotas de erros e já meteu os pés pelas mãos um bocado de vezes.
Dessa forma, propomos ao leitor uma breve repassada na carreira de Stevão com uma lista de 5 deslizes de sua longa carreira.
1 – Capa de Dance of Death
A Donzela de Ferro viu sua sorte mudar com o retorno da dupla: Bruce Dickinson (vocal) e Adrian Smith (guitarra), em 1999. A volta da dupla foi coroada com o lançamento de Brave New World, décimo segundo registro de estúdio do grupo britânico, em 2000.
O passo seguinte para reconquista mundial aconteceu no ano de 2003, com o lançamento de Dance Of Death. O disco reserva ao ouvinte momentos sublimes como em Paschendale, Rainmaker, Journeyman, No More Lies e a faixa-título.
Porém, a capa é no mínimo bisonha! Então, a culpa é do artista, do cara que fez a arte da capa, certo? Calma lá, porque David Patchett apresentou ao boss um protótipo inacabado, contudo, Steve bateu o pé que aquele esboço mal renderizado seria a arte final do álbum. Como Harris é o patrão, assina os cheques, ninguém bateu de frente e o resultado é a lástima que conhecemos.
2 – Repetição
De meados dos anos 90 para cá, o chefe tomou um gosto tremendo para fazer longas e cansativas introduções para suas composições. Há momentos que ficam da hora como em Sign of the Cross, The Clansman e Dream of Mirrors, no entanto, há momentos que dão nos nervos tais como For the Greater Good of God, Isle of Avalon e The Red And The Black.
Ser mais econômico e direto ao ponto traria mais fôlego ao som da banda e deixaria a faceta progressiva das canções menos cansativa.
3 – Produção
Kevin Shirley pode ser o cara que assina a produção do Iron há algumas décadas, mas, a bem da verdade, quem dá as cartas é Steve. E ele tem empobrecido o som da banda ao colocar camadas e mais camadas de overdubs.
Aqui vai um breve exemplo! Para quem foi no Rock in Rio 3, em 2001, pôde ver o Maiden fazer aquele show que beirou à excelência, entretanto, tomou um susto, um balde de água fria, ao conferir o DVD do show, tempos depois. O material estava, a título de exemplo, repleto de edição e com a participação do público demasiadamente diminuída.
Ué, mas é impossível você se lembrar cem por cento do show, né? Sim! Todavia, antigamente existia um aparelho chamado videocassete, que servia para gravarmos o que passava na TV.
Dessa forma, deixamos tudo preparado para a gravação na íntegra e ao vivo de tal apresentação, com isso, posteriormente, pudemos reunir os amigos para várias sessões do show, e o que foi exibido ao vivo foi bem diferente do que foi parar no DVD, infelizmente. “Culpa” do Senhor Harris!
4 – The Angel and the Gambler
Muitos fãs tacham a repetição do refrão como o vilão de The Angel and the Gambler, que poderia ser enxugado, digamos assim. Ainda assim, o que mais dói na canção é a inserção de linhas de teclado no pior estilo Casio linha infantil. Alguém deveria ter tomado este brinquedo do chefe ou ter falado que as pilhas acabaram. Nos livraria deste infortúnio.
5 – British Lion
É bacana que Steve tenha outro grupo para dar vazão à sua criatividade e curtir com os parças de copo, mas poderia caprichar mais nas composições. A pegada despojada e alternativa do conjunto não é o problema, o que desanima é o repertório que vibra entre o apático e o sonífero.
Se você procura grandes refrãos, solos caprichados e performances individuais matadoras, British Lion corre no caminho inverso. Neste jogo, Stevão tinha tudo para marcar um golaço, entretanto, mandou a bola para fora do estádio e deixou todo mundo no campo e arquibancada com cara bocó.