O quinteto britânico de rock progressivo Marillion retornará ao Brasil para três apresentações. Elas acontecerão nos dias 29 de abril (Tom Brasil, São Paulo); 30 de abril (Vivo Rio, Rio de Janeiro) e 1º de maio (Sesc Palladium, Belo Horizonte). Nesta conversa com o baterista Ian Mosley, o músico de 62 anos fala sobre o atual momento da banda e dá detalhes sobre o novo disco, que ainda não tem nome e nem data de lançamento, mas que já pode ser adquirido em pré-venda.
Fale um pouco da sensação em voltar ao país e tocar para os fãs brasileiros.
Ian Mosley: Nós estamos ansiosos para voltar para América do Sul e ver os velhos rostos conhecidos. Nossos fãs brasileiros, em particular, são sempre apaixonados e nos recebem muito bem.
Sounds That Can’t Be Made é o mais recente álbum do Marillion, e ele foi lançado em 2012. Fale um pouco sobre o que aconteceu com a banda neste ínterim.
Ian: Nós fizemos duas de nossas [convenções] Marillion Weekends, que acontece duas vezes por ano. Os eventos nos levaram até Holanda, Canadá e por toda a Inglaterra em 2013 e 2015. Também excursionamos por outras partes do mundo. E desde o ano passado estamos em estúdio escrevendo faixas para o novo álbum.
Você poderia adiantar como está o álbum? Tem detalhes sobre a produção, algumas das faixas que serão incluídas?
Ian: Até agora, temos cinco faixas finalizadas. Recentemente, estivemos no Real World Studios, que pertence ao Peter Gabriel, para dar uma ajustada nos arranjos. Agora, retornamos ao nosso estúdio e estamos ocupados fazendo os overdub dos vocais, guitarras e teclados. Mike Hunter está produzindo. Embora nós ainda não saibamos quais serão as faixas que estarão no álbum, já estamos contentes com a forma como elas estão soando.
Vocês fizeram um filme muito divertido para promover a pré-venda do novo álbum. Você aparece com uma peruca branca e um nariz engraçado. Como a banda decidiu fazer este filme?
Ian: Nos inspiramos no clássico O Jovem Frankenstein (1974), de Mel Brooks. Realmente gostamos de nos vestir com roupas engraçadas. Nós queríamos que este filme para a pré-venda fizesse com que as pessoas se interessassem pelo nosso próximo trabalho. E é legal também poder mostrar que temos senso de humor.
Hoje, o crowdfunding é muito popular em vários segmentos do mundo artístico. Mas vocês foram os primeiros a ter sucesso trabalhando neste formato, começando com Anoraknophobia, em 2001.
Ian: Nós realmente sentimos que fomos os pioneiros do crowdfunding. Só que antes tomávamos conta de tudo e agora temos gente que se ocupa do dia a dia do negócio. Mas ainda supervisionamos tudo junto ao pessoal da PledgeMusic [plataforma musical online que conecta artistas e fãs diretamente].
Muita gente fala sobre o retorno do rock progressivo. Como você vê isso? Acha que, na verdade, o estilo nunca foi embora?
Ian: Certamente parece que o rock progressivo está voltando e de uma forma significativa. Bandas dos anos 1970 e 1980 parecem estar influenciando toda uma nova geração. Eu acho que tudo isso é muito positivo.
No ano passado, foi lançado o livro Ian Mosley – Marillion’s Heartbeat. Fale um pouco sobre ele.
Ian: Esse livro foi elaborado por Mark Pardy, que é um dos principais bateristas de estúdio em Las Vegas. Ele também é um grande fã do Marillion. Fiquei lisonjeado que ele tenha despendido tanto tempo e esforço na criação do trabalho. Ele transcreveu as partes de bateria que eu tenho tocado nos últimos 30 anos e ainda as explicou. Até agora o feedback sobre a obra tem sido extremamente positivo. Fico feliz que as pessoas estejam gostando.
O seu nome aparece na comédia cult britânica Alan Partridge: Alpha Papa (2013), que faz uma piada recorrente usando uma interpretação ficcional da sua pessoa. Como isso aconteceu?
Ian: Os produtores do filme me contataram e pediram a permissão. Eu disse “sim” já que sou grande fã de Steve Coogan, que vive Alan Partridge.
Por: Paulo Cavalcanti
Fonte: Revista Rolling Stone