Ian Anderson explica por que Tony Iommi não era o guitarrista certo para o Jethro Tull

No final da década de 1960, o riff master do metal Tony Iommi fez uma breve participação no Jethro Tull. Na época, a banda de Ian Anderson havia acabado de lançar seu álbum de estreia, This Was, e precisava de um novo guitarrista, já que Mick Abrahams saiu para formar o Blodwyn Pig.

Como as coisas ainda não haviam decolado para o Earth, banda que passaria a se chamar Black Sabbath tempos depois, Iommi foi tentar a sorte substituindo Abrahams.

Em nova entrevista ao Ultimate Guitar, Ian Anderson explicou por que Tony Iommi não era o guitarrista certo para o Jethro Tull.

“Bem, certamente, a forma de Tony tocar me atraiu quando o ouvi tocar pela primeira vez como membro de uma banda que estava abrindo para a gente, era uma banda chamada Earth. Os membros dessa banda eram todos competentes, incluindo o cantor (Ozzy Osbourne). Eles faziam uma mistura de blues e hard rock, fiquei impressionado com a forma de tocar de Tony.

Ele tocava de uma forma muito clara e direta! Ele fazia uma música muito rítmica, muito poderosa e orientada aos riffs. Quando o nosso guitarrista original (Mick Abrahams) deixou a banda, convidei Tony para vir e passar um ou dois dias conosco, só para ver se havia algum futuro em trabalharmos juntos”.

Ian continuou: “As coisas não iam acontecer, porque eu já tinha escrito algumas músicas para o que seria o segundo álbum do Jethro Tull, Stand Up, e algumas delas eram bem difíceis para Tony tocar, por causa dos ferimentos na sua mão, o qual ele sofreu em um acidente industrial. Ele tinha um estilo próprio de tocar, assim como Django Reinhardt, que teve que aprender a tocar com apenas dois dedos”.

“Tony não tem exatamente esse impedimento, mas alguns formatos de acordes são difíceis para ele tocar, já que ele tem pontas protéticas em alguns dedos. É bem difícil para ele tocar de forma convencional. Então, não seria muito fácil para ele tocar algumas das músicas que eu estava escrevendo.

E se eu tivesse tentado reescrever as coisas dentro do estilo musical de Tony, acho que teria mudado muito a banda. E da minha perspectiva, acho que não seria para melhor, porque eu gostava de tocar acordes mais complexos e usar harmonias mais complexas.

Portanto, eu não acho que a presença de Tony teria sido certa. Mas foi muito legal trabalhar com ele por alguns dias. Eu continuo amigo de Tony Iommi por todo esse tempo”, finalizou o frontman do Tull.

Relembre a breve passagem de Tony Iommi no JT no vídeo ao vivo de Song For Jeffrey:

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