O romance do Helloween com o Brasil começou na já longínqua década de 1990, com seu debute por aqui na turnê do álbum Time of the Oath. Desde então, o romance só esquentou e virou um lindo caso de amor e uma verdadeira e eterna lua de mel. O show realizado na noite de ontem (21), no festival Rockfest só vem corroborar o quanto esse relacionamento é puro, recíproco e apaixonado.
Cobrindo a vaga deixada pelo Megadeth, que fora obrigado a cancelar a apresentação para que o vocalista Dave Mustaine tratasse de um câncer na garganta, o Helloween veio no embalo da famosa e bem sucedida Pumpkins United World Tour, que traz a formação atual com Andi Deris (vocal), Dani Löble (bateria), Sascha Gerstner e Michael Weikath (guitarras), Markus Grosskopf (baixo) e os ex-integrantes Michael Kiske (vocal) e Kai Hansen (vocal e guitarra).
Já com os ânimos a flor da pele com a intro Initiation, o Allianz Parque veio abaixo com a rápida I’m Alive, dando a entender que a noite seria recheada de clássico. Dito e feito. Com a dupla Dr. Stein e Eagle Fly Free, rememorando o quão belo é o álbum Keeper of the Seven Keys Part 2, o grupo mostrou que canções memoráveis é a sua especialidade.
É incrível ver a harmonia e a consonância que a banda mostra no palco com o esquema de revezar os vocalistas, passeando pelo seu vasto menu de sucessos. Com isso, a elegante Perfect Gentleman foi de responsabilidade do carismático Andi Deris, enquanto o trovão Ride the Sky foi mais um ponto positivo direto para a conta de Kai Hansen e a belíssima balada A Tale That Wasn’t Right foi abençoada pela magistral voz de Michael Kiske.
Power chamou todos os fãs para um emocionante coro em seu refrão, já a locomotiva How Many Tears atropelou qualquer um que ousasse ficar em seu caminho. E, por fim, os hits: Future World e I Want Out elevaram o clima de festa às alturas, provando que poucas bandas têm o luxo de encerrar uma apresentação com canções de tal quilate.
Como comentado, o Helloween e o público brasileiro têm um lindo caso de amor e vivem uma eterna lua de mel. E, sem dúvida, essa relação amistosa não é gratuita e sem fundamento, já que a banda e os fãs fazem, cada um a sua maneira, por merecer o carinho e o amor do outro, e isso foi claramente provado na noite de ontem, no Allianz Parque.
Helloween é e sempre será uma religião metálica.