A pessoa que teve a mínima educação dos pais e ou responsáveis em tenra idade tem os fundamentos morais e intelectuais básicos para resolver qualquer questão pelas vias do diálogo e argumentação. É mais rápido, simples e indolor. Porém, há quem prefira resolver os contratempos pelos piores caminhos, que são invariavelmente manifestados pela violência, ataque e ameaça.
Naturalmente, o mundinho do rock e metal está coalhado de exemplos em que um diálogo honesto e cordial seria a melhor saída para resolução de toda e qualquer contenda. Um dos mais desprezíveis e lamentáveis episódios aconteceu há dezoito anos, num briga produzida e orquestrada pela empresária e esposa de Ozzy Osbourne, Sharon Osbourne, contra o Iron Maiden.
Em 2005, a Donzela de Ferro, que estava em divulgação da Eddie Rips Up the World Tour, turnê em que o repertório era formado apenas por canções de seus quatro primeiros álbuns – a saber Iron Maiden, Killers, The Number of the Beast e Piece of Mind – foi convidado a tocar no famoso Ozzfest, que estava completando dez anos de vida.
O esquema era ter o Maiden como ‘open act’ do Black Sabbath, pois estava em outra turnê especial, com a reunião da formação original. Para o fricote de Sharon, o show de Steve Harris e companhia estava tendo mais aderência ao público, a ponto de parte do fãs deixarem as casas de show antes do Sabbath subir ao palco.
A solução para supracitada empresária foi criar um engodo para sustentar sua inegável vocação, que é ofender e violentar. No evento realizado no Hyundai Pavillion, em San Bernardino, EUA, o Iron Maiden foi emboscado por um grupo liderado por Sharon e atacado com ovos e pedras de gelo. Além disto, o som do Iron foi cortado completamente e o grupo precisou sair do palco por um breve período.
A Senhora Osbourne afirmou de pé junto que os ataques foram apenas uma retaliação aos comentários negativos e deboche de Bruce Dickinson à natureza corporativa do Ozzfest; ao uso de teleprompter por parte de Ozzy e ao seriado The Osbournes. Vale ressaltar que não há nenhuma evidência real de que Bruce tenha feito tais críticas, não há nenhuma entrevista da época em que ele detona os Osbournes.
Contudo, vamos partir do princípio que Dickinson tenha de fato sido um completo idiota e atacado o clã Osbourne de forma deliberada e covarde. A saída, como comentamos no começo do texto, seria o diálogo; conversar para que toda situação fosse contornada. Caso o consenso não fosse possível, cada parte seguiria seu próprio rumo, sem a necessidade da violência.
Uma pessoa minimamente ética e profissional teria usado formas mais inteligentes para resolver os abacaxis. Sharon, entretanto, preferiu recrutar lacaios e jagunços para solucionar suas demandas, e isso diz bastante sobre o tipo de pessoa que ela é.